Estado altera promoção no Magistério, mas nega meritocracia

Estado altera promoção no Magistério, mas nega meritocracia

Cpers-Sindicato define estado de greve e afirma que governo contraria promessas de campanha

Voltaire Porto / Rádio Guaíba

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O secretário estadual da Educação, José Clóvis de Azevedo, na presença do governador Tarso Genro, apresentou no Palácio Piratini um novo projeto que analisa o ensino público e altera a atual fórmula de promoção no Magistério. Azevedo disse que os critérios deixam de ser subjetivos e perdem peso itens como assiduidade e pontualidade, valorizando encontros didáticos e cursos de qualificação profissional. A categoria considera a nova fórmula baseada na meritocracia e, por isso, definiu estado de greve.

O sistema estadual de avaliação participativa vai realizar provas anuais, envolvendo toda a comunidade escolar, inclusive alunos a partir da quinta série. O processo periódico deve ocorrer entre os meses outubro e dezembro, dividido em três fases.

A vice-presidente do Cpers-Sindicato, Neida Oliveira, confirmou que, devido a esta medida e à ação no Supremo Tribunal Federal questionando o piso nacional da categoria, o Magistério está em estado de greve. A dirigente destacou que o governador e o PT, ao implementarem a meritocracia, contrariam as próprias promessas de campanha.

"O governador está agindo igual à gestão Yeda Crusius, que criticava anteriormente. O governo quer responsabilizar os professores, os alunos e até os familiares pela falta de investimentos que reflete na qualidade da educação", explicou Neida.

Tarso Genro negou que a proposta trate da implementação da meritocracia e garante que é uma avaliação de todo um processo educacional que servirá para identificar até mesmo os motivos da evasão escolar, que pode ser prevenida. "Não se trata apenas de mérito, se fosse isso seria apenas uma pontuação matemática. Vamos analisar todo o percurso do ensino e incentivar a formação do professor", concluiu.


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