Esvaziada, CPI da Covid encerra reunião com promessa de focar na VTCLog

Esvaziada, CPI da Covid encerra reunião com promessa de focar na VTCLog

Parlamentares aprovaram quebra de sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático da VTClog, além do requerimento de convocação da advogada do presidente Jair Bolsonaro

AE

Parlamentares aprovaram quebra de sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático da VTClog, além do requerimento de convocação da advogada do presidente Jair Bolsonaro

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Esvaziada, a CPI da Covid concluiu por volta das 13h desta terça-feira, 31, a reunião de hoje sem ouvir testemunhas e com a promessa de focar as investigações na VTClog, atual responsável pela distribuição de vacinas no Programa Nacional de Imunizações (PNI). O colegiado havia se programado para ouvir nesta terça-feira Ivanildo Gonçalves da Silva, motoboy que supostamente teria movimentado R$ 117 milhões da VTCLog nos últimos dois anos. Mas, devido a uma decisão do ministro Kássio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), Ivanildo teve garantido o direito de não ir ao Senado prestar depoimento.

Com a mudança, a cúpula da CPI tentou trazer ao Senado a diretora-presidente da VTCLog, Andréia Lima. Ele também não pode comparecer à comissão. A justificativa é que estava em Guarulhos (SP), despachando vacinas. Sem os depoentes, e mesmo sob críticas de membros do governo, a CPI dedicou a reunião a deliberação de requerimentos.

Foi aprovado pelo colegiado a quebra de sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático da VTClog, além do requerimento de convocação de Karina Kufa, advogada do presidente Jair Bolsonaro que teria dado um jantar em que o empresário José Ricardo Santana - que já prestou depoimento à CPI - teria conhecido o lobista Marconny Ribeiro. Juntos, Ribeiro e Santana são apontados pelo envio, ao Ministério da Saúde, de um suposto "passo a passo" de como fraudar licitações.

A CPI também aprovou a reconvocação de Ivanildo. Para justificar a necessidade de ouvir o motoboy, o relator Renan Calheiros (MDB-AL), exibiu imagem cedida pelo Bradesco que registra Ivanildo em uma agência do banco, dia 22 de junho. Segundo o relator, a imagem mostra o momento de pagamento, pelo funcionário da VTCLog, de boleto em favor do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, um dos investigados da CPI.

A promessa da comissão agora é focar seus esforços na investigação da VTCLog. A empresa pertence ao grupo Voetur e passou a ser investigada pela CPI devido a suspeita de irregularidades em um aditivo de R$ 18 milhões em um contrato atual com o Ministério da Saúde. Em outros contratos, assinados em 1997 e 2003 com o Ministério da Saúde, a Voetur é suspeita de superfaturar R$ 16 milhões (em valores corrigidos). O prejuízo foi indicado em parecer da área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU).

Relatório Final

Renan Calheiros chegou a declarar nesta manhã que até 22 de setembro a CPI já deve ter um relatório final dos trabalhos. Contudo, com as dificuldades encontradas na investigação da VTCLog, o vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) chegou a sugerir o adiamento da entrega do relatório. "Diante do claro flagrante de desobediência da VTCLog a esta CPI, acredito que não será possível entregar o relatório final sem antes ouvirmos esses dirigentes", pontuou Randolfe.


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