Eurodeputados consideram "vergonhosa" rejeição da Polônia sobre o tratado de violência contra as mulheres
Membros do governo polonês anunciaram recentemente a intenção de Varsóvia de sair da Convenção de Istambul, um tratado adotado em 2011 pelo Conselho da Europa
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Vários eurodeputados, incluindo os líderes dos grupos socialistas e democratas, expressaram seu descontentamento nesse domingo diante da intenção do governo conservador nacionalista polonês de denunciar a Convenção de Istambul, tratado que foi criado para enfrentar a violência contra as mulheres. "É vergonhoso que um Estado-membro da UE queira se retirar da Convenção de Istambul", tuitou a espanhola Iratxe García Pérez, presidente do grupo S&D no Parlamento europeu.
Ela mostrou seu apoio "aos cidadãos poloneses que saíram as ruas para exigir respeito pelos direitos das mulheres".
It’s disgraceful that an EU member state wants to withdraw from the #IstanbulConvention, aimed at protecting women against gender-based violence. I stand with Polish citizens taking the streets to demand respect for women’s rights https://t.co/LjW6CjxIKg
— Iratxe Garcia Perez/♥️ (@IratxeGarper) July 26, 2020
O romeno Dacian Ciolos, presidente do grupo Renew, declarou na mesma rede social que "a luta contra a violência sofrida pelas mulheres não é uma ideologia, e sim uma obrigação moral".
Combating violence against women is not an ideology, but a moral obligation.
— Dacian Cioloş (@CiolosDacian) July 26, 2020
Using the fight against the #IstanbulConvention as an instrument to display its conservatism is a new pitiful & pathetic move by some within the #PiS government in Poland.https://t.co/V9NoVZlnJd
Membros do governo polonês anunciaram recentemente a intenção de Varsóvia de sair da Convenção de Istambul, um tratado adotado em 2011 pelo Conselho da Europa (que reúne 47 países) e é a primeira ferramenta supranacional que fixa normas jurídicas vinculadas para impedir a violência de caráter sexista.
A Polônia havia firmado esta convenção em 2012, quando governava no país uma coalizão de centro, e não havia ratificado três anos depois. Perguntado pela AFP, um porta-voz da Comissão Europeia declarou que a instituição "lamenta que uma questão tão importante tenha sido distorcida por argumentos enganosos em alguns Estados membros".
Afirmou ainda que Bruxelas continua "seus esforços para finalizar a adesão da UE na Convenção", firmada em 2017 mas sem nenhuma ratificação.
Outros eurodeputados reagiram nesse domingo no Twitter, como o ex-primeiro-ministro belga Guy Verhofstadt, que qualificou esta decisão polonesa como "escandalosa", o irlandês Frances Fitzgerald, do grupo PPE (direita), que apoia "a ratificação da convenção a nível europeu".