Evento celebra centenário do fim da última guerra civil do RS

Evento celebra centenário do fim da última guerra civil do RS

A iniciativa buscou relembrar e homenagear o Pacto de Pedras Altas, tratado que deu fim à revolta

Correio do Povo

Cerimônia de homenagem ocorreu no Palácio Piratini

publicidade

Em um dos palcos mais simbólicos da Revolução de 1923, o Palácio Piratini, autoridades, imprensa, parentes e pesquisadores foram homenageados, nesta sexta-feira, pela sua contribuição à história do Rio Grande do Sul e do Brasil. Em uma iniciativa do Instituto de História e Geografia do Estado, as medalhas foram distribuídas para honrar aqueles que, de alguma forma, têm alguma relação com a última guerra civil gaúcha. A iniciativa foi uma forma de celebrar o Pacto de Pedras Altas, tratado que deu fim à revolta e que "foi um marco da reunificação do Rio do Grande do Sul", afirma o presidente do Instituto, Miguel Frederico do Espírito. A assinatura do tratado completou exatamente um século no último dia 14 de dezembro.

Os homenageados, afirmou Miguel, partiram de uma série de indicações. O jornalista e chefe de redação do Correio do Povo, Telmo Flor, foi um dos agraciados em nome da imprensa. O presidente do Instituto, em fala, ressaltou a importância do jornal, que, em 1923, fez realizou a cobertura dos levantes e agradeceu pela divulgação histórica realizada nos dias atuais. Em referência ao final da guerra, o Correio do Povo publicou uma série de reportagens e de conteúdos sobre a revolução na semana passada.

Foram cinco grupos contemplados, entre nomes do Executivo, como a secretária de Cultura, Beatriz Araújo; autoridades da Brigada Militar; e representantes de museus e instituições.

Telmo Flor é homenageado durante evento alusivo ao Centenário da Revolução de 1923, no Palácio Piratini | Foto: Guilherme Almeida

Entre os mais de 60 nomes indicados, foram agraciados parentes daqueles que participaram de alguns dos inúmeros combates que *ocorreram em todo território do RS ao longo de 1923. Entre eles, netos e filhos dos homens que lutaram em São Francisco de Assis, único combate em perímetro urbano em toda revolução. "Perguntam se existe a vida. A vida eterna, para mim, é isso. Passou 100 anos e ainda se lembram do meu pai", disse Deni Heigert, filho do cel. Cipriano Haygert (conhecido como 'coronel Pimba'), nome maragato importante dentro do combate em São Francisco. Para Neiva Rosback Dominguez, sobrinha-neta de Hortêncio Rodrigues, a homenagem é um "emocionante reconhecimento". O Correio do Povo esteve na cidade de São Francisco de Assis e destacou as marcas deixadas pela revolução e que estão presentes nos dias atuais.

Representando os homenageados, o comandante da Brigada Militar, coronel Claudio dos Santos Feoli, reforçou a honra e felicidade pela menção. Aproveitou, ainda, para destacar a atuação da BM, que foi criada pelo ex-presidente do Estado, Júlio de Castilhos e que teve forte atuação durante os confrontos.


Entenda:

A Revolução de 1923, que durou de janeiro a dezembro daquele ano, foi a última guerra civil do RS. Descontentes com a terceira eleição consecutiva de Borges de Medeiros para a presidência (hoje governo) do Estado, se revoltaram contra o resultado, alegando possíveis fraudes, e levantaram uma revolução para destituir o borgista. Assis Brasil, nome da oposição que disputou as eleições contra Borges, foi o rosto e a liderança do embate. Durante um ano, combates ocorreram em quase todo o território do Estado, entre chimangos (governistas) e maragatos (revolucionários). A paz foi selada em 14 de dezembro, com a assinatura do Pacto de Pedras Altas. A Revolução de 1923 deu início ao movimento histórico que resultou no fim da política café-com-leite e o início da Revolução de 1930, que colocou Getúlio Vargas na presidência do país.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895