Ex-diretor da Dersa classifica denúncias de loucas e caluniosas
Paulo Preto é apontado como responsável por contatos entre empresa e construtora Delta
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Apontado como responsável por contatos entre a estatal paulista e a empresa Delta Construções, Souza admitiu conhecer o ex-dono da empreiteira, Fernando Cavendish, mas negou ter praticado qualquer irregularidade em mais de 20 anos ocupando cargos públicos.
Ele disse que tratou de questões ligadas à Delta com André Ferreira Machado, gestor da empreiteira, e apenas duas vezes com Cavendish. “Uma para ele se apresentar e outra para dizer que cumpriria um contrato e cumpriu”, explicou.
De acordo com o engenheiro, a Delta participou de todas as licitações referentes à obra da Marginal Tietê e ganhou apenas uma. “A única obra que a Delta tem na Dersa é a obra da marginal, que representa 1,9% dos valores licitados. Todas as demais, ela perdeu por preço maior. Isso é diferente de tudo que ouvi até hoje”, frisou.
“Ouvi que a Delta faturou R$ 800 milhões (em contratos com a Dersa), que mergulhava o preço, mas em São Paulo não foi isso”, acrescentou o ex-diretor da estatal paulista.
Acusado de ser operador de um suposto caixa 2 do PSDB em São Paulo, Souza informou à CPI que move 16 ações na Justiça contra as pessoas que o acusaram. Segundo ele, em cinco processos já ganhou em primeira e segunda instâncias.
“Atribuo (as acusações) à má-fé, injúria e ingratidão. Recebi (as denúncias) de pessoas que nunca me viram e nunca me cumprimentaram. Restava-me um clamor. O Senado e a Câmara estão dando o direito a um líder ferido de comprovar e entregar todos os documentos do que eu falar. Pedi a Deus para ser convocado para esta CPI. Fui demitido oito dias após entregar as três maiores obras do País, feitas em 34 meses”, disse.
Como compareceu à CPI sem habeas corpus, o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), deu prioridade ao depoimento de Souza. Ainda está marcada para hoje a oitiva de ex-dono da Delta, Fernando Cavendish, que ingressou na Justiça e conseguiu habeas corpus. O mesmo procedimento foi adotado nessa terça-feira, quando foram ouvidos o ex-diretor do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, que não tinha habeas corpus, e depois o empresário Adir Assad.