Fessergs afirma "surpresa" com proposta do Piratini para indenizar servidores

Fessergs afirma "surpresa" com proposta do Piratini para indenizar servidores

Representação sindical acredita que Sartori busca "ressolver passivo com atraso de salários" com um "juro ridículo"

Lucas Rivas / Rádio Guaíba

Representação sindical acredita que Sartori busca "ressolver passivo com atraso de salários" com um "juro ridículo"

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A Federação Sindical dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul (Fessergs) recebeu com “surpresa” a iniciativa tomada pelo Palácio Piratini, nesta terça-feira, de encaminhar um projeto de lei à Assembleia visando indenizar os servidores pelo atraso de salários ocorridos desde julho de 2015. O texto vai tramitar em regime de urgência e propõe que o cálculo seja baseado nos parâmetros fixados para os depósitos de poupança.

Já o Sindicato dos Técnicos-Científicos do Rio Grande do Sul (Sintergs) considerou que governo Sartori está desesperadamente tentando resolver o passivo que criou com o atraso de salários, indenizando os trabalhadores com juro “ridículo”. Os servidores estaduais vêm recebendo os salários de forma parcelada, consecutivamente, desde o fevereiro do ano passado. Em agosto, o governo realizou o menor primeiro pagamento do período, com apenas R$ 350 para cada servidor. Mensalmente, a Secretaria da Fazenda (Sefaz) repassa mais de R$ 1 bilhão para honrar com os salários de quase 350 mil servidores entre ativos e pensionistas.

De acordo com o presidente da Fessergs, Sérgio Arnoud, a medida adotada pelo Piratini não altera em nada a reivindicação dos servidores estaduais que exigem recebimento em dia e integral dos salários. “Nós recebemos com uma certa surpresa, pois se não há dinheiro para pagar salários de onde o governo vai tirar dinheiro para pagar indenizações?”, questiona.

Segundo a Sefaz, quase R$ 70 milhões deverão ser repassados para indenizar os atrasos mensais e de 13°. Os recursos virão de diferentes receitas extraordinárias, entre elas a antecipação de recursos da GM, via Fomentar-RS, e via venda da folha dos servidores ao Banrisul, que superou a casa de R$ 1 bilhão, por exemplo.

Arnoud também rebate a tese do Executivo de que o pagamento de indenizações pode fazer frear as recorrentes ações judiciais protocoladas por servidores em busca de reparações. “Discordamos completamente porque o dano moral causado aos servidores é imenso, uma vez que nós temos famílias despejadas, atrasos sistemáticos de condomínios, multas quilométricas de cartões de crédito. A situação é desesperadora e esse anúncio em nada diminui a dor dos servidores”, pontua.

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