Fortunati faz "gesto de ingratidão", lamenta presidente do PDT

Fortunati faz "gesto de ingratidão", lamenta presidente do PDT

Pompeo de Mattos afirmou que partido está surpreso com saída do ex-prefeito

Correio do Povo

Pompeo de Mattos afirmou que partido está surpreso com saída do ex-prefeito

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O presidente estadual do PDT, deputado federal Pompeo de Mattos, afirmou nesta segunda-feira que a saída do ex-prefeito da Capital José Fortunati é considerada “surpreendente". “Isso é um gesto de ingratidão. Digo isso com muita tristeza, mas a vida segue”, desabafou.

“Estamos surpresos pelo jeito como isso aconteceu, pois o próprio Fortunati havia pedido que o partido abrisse o processo de escolha de seu pré-candidato ao Senado. Porém, antes que terminássemos este processo, ele anuncia sua saída”, lamentou Pompeo.

O dirigente se reportou a uma carta - semelhante à que lhe foi entregue nesta segunda-feira - na qual, ao final de outubro, Fortunati manifestava seu interesse de concorrer ao Senado pelo PDT. “Consultamos se havia outros interessados. Tínhamos as indicações, de dentro do partido, dos nomes de Vieira da Cunha e do ex-presidente Romildo Bolzan Júnior”, relatou.

Conforme Pompeo, ambos teriam aberto mão de concorrer internamente ao posto de pré-candidato, deixando caminho livre para Fortunati. “Ele não esperou o prazo que estava estabelecido em seu pedido, que seria a convenção do dia 16 de dezembro, quando o partido escolherá seu novo diretório”, explicou. Aparentemente magoado, Pompeo disse considerar que Fortunati foi “prestigiado como ninguém dentro do PDT”.

A carta com pedido de desfiliação foi protocolada à tarde, na sede do diretório metropolitano da legenda e encerrou um ciclo de incerteza sobre o prosseguimento da trajetória do ex-prefeito, que estava afastado da cena política desde as eleições do ano passado. “Depois de 16 anos, chegou a hora de encerrar uma etapa da minha vida para dar início a um novo caminho. Tenho pensado muito em 2018, em como contribuir para o futuro do Rio Grande do Sul e do país, desde que tomei a decisão de concorrer ao Senado, que é o único cargo que me interessa”, declarou, em entrevista concedida poucos minutos após a entrega da carta de desligamento ao PDT.

Fortunati não quis comentar detalhes sobre os motivos de seu afastamento. Contudo, sua ausência nas reuniões e o distanciamento das decisões partidárias era notada havia meses. “São fatos que não vou destacar, mas que estavam me deixando desconfortável no PDT. Quero afirmar apenas que saio sem rancor e sem mágoa de ninguém”, declarou.

O ex-prefeito da Capital também não quis revelar em qual partido irá se filiar e lembrou que terá até o início de abril do ano que vem para tomar esta decisão com vistas a concorrer no pleito. “Não quer dizer que irei esperar até lá, mas darei este passo com muita tranquilidade, conversando com meus parceiros de trajetória”, apontou.
Na carta, endereçada ao presidente do PDT, deputado federal Pompeo de Mattos, Fortunati diz ter “cumprido um importante papel na trajetória trabalhista no RS” e indica que o período no qual esteve no PDT foi composto por “anos de convergências e divergências, de alegrias e dissabores”.

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