General Heleno diz não ter condições de falar sobre 8 de janeiro por já ter saído do governo
Ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro presta depoimento à CPMI no Senado Federal
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Ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência no governo de Jair Bolsonaro (PL), o general Augusto Heleno (Patriota) afirmou à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos de 8 de janeiro, que não tem "condições de prestar esclarecimentos sobre os atos ocorridos" por já ter saído do governo.
"No dia 31 de dezembro de 2022, à meia-noite, deixei de ser ministro de Estado e não fiz mais contato com servidores do GSI ou da Presidência da República", disse Heleno, que está sendo ouvido, na manhã desta terça-feira, como testemunha na comissão.
Ainda, o general afirmou que nunca tratou de assuntos eleitorais com os seus subordinados no GSI. "Jamais me vali de reuniões, palestras ou conversas para tratar de asuntos eleitorais ou político-partidários com os meus subordinados do GSI. Não havia clima para isso", leu em discurso.
Acampamento no QG
Sobre o acampamento de militantes bolsonaristas que se instalou em frente ao quartel-general (QG) do Exército, em Brasília, ele disse que o assunto era de alçada do Ministério da Defesa, e não da sua pasta.
Direito de ficar calado
Nesta segunda-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, assegurou ao general o direito de ficar em silêncio diante dos questionamentos de deputados e senadores. A decisão do STF também garante a Heleno o direito de ser assistido por advogados durante o depoimento.
A defesa do ex-chefe do GSI queria que ele não fosse obrigado a comparecer à CPMI. Os advogados alegavam que o general foi convocado a depor como testemunha, mas é alvo de acusações nos requerimentos de convocação e, portanto, deveria ser tratado como investigado. Esse argumento não foi aceito por Zanin.