Gilmar Mendes diz que tecnologia pode representar 'séria ameaça à democracia' ao citar 8 de Janeiro

Gilmar Mendes diz que tecnologia pode representar 'séria ameaça à democracia' ao citar 8 de Janeiro

Declaração ocorreu durante livro sobre Constituição e Direito Penal

Estadão Conteúdo

O decano tem cobrado a regulamentação das redes sociais pelo Congresso

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou na quarta-feira, 17, que a tecnologia pode representar 'séria ameaça à democracia e aos direitos fundamentais assegurados na Constituição'. A declaração ocorreu no lançamento do livro Constituição, Direito Penal e Novas Tecnologias, coordenado pelo decano da Corte e pelo advogado Matheus Pimenta de Freitas.

Mencionando os convites que circularam nas redes sociais para os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro de 2023, o magistrado disse que o avanço tecnológico é fundamental, mas traz consequências que requerem atenção, principalmente no que diz respeito aos direitos individuais e coletivos.

O livro aborda a dificuldade de controlar e regular as tecnologias, sobretudo com o uso da inteligência artificial. Reunindo contribuições de profissionais da área, a obra traz uma combinação entre o Direito e conceitos de modernidade e democracia.

A solenidade de lançamento foi realizada na Biblioteca Ministro Victor Nunes Leal, acervo do STF, e contou com a presença do presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, e do ministro Cristiano Zanin.

O presidente da Corte ressaltou que as tecnologias recentes 'afetam o Direito Penal' e que o futuro 'ficou imprevisível' devido à inteligência artificial. No início de abril, Barroso declarou que o 'inconformismo contra a democracia se manifesta na instrumentalização criminosa das redes sociais', saindo em defesa do ministro Alexandre de Moraes diante das críticas de Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), ao magistrado e ao próprio Supremo.

O embate surgiu após o bilionário questionar Moraes por ordens de retirada de conteúdo e de bloqueio de perfis investigados por ataques antidemocráticos e às urnas eletrônicas. Musk afirmou que removeria as restrições ordenadas por Moraes. Em resposta, o ministro incluiu o dono do X como investigado no inquérito das milícias digitais pela prática de 'dolosa instrumentalização' da plataforma.

Gilmar Mendes também se manifestou, no começo do mês, sobre o embate e defendeu o magistrado que, segundo ele, tem sido 'vítima de injustas agressões físicas e virtuais'. O decano cobrou a regulamentação das redes sociais pelo Congresso, afirmando que 'apenas com a elaboração de uma nova legislação será possível estabelecer, com mais segurança, os direitos e deveres de todos aqueles que se disponham a atuar na internet' e combater a circulação de fake news e discursos antidemocráticos nas redes.

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