Governo Federal: reabastecimento para população é principal objetivo

O Governo Federal divulgou, no fim da tarde desta sexta-feira, os avanços e as prioridades do Planalto em meio aos protestos dos caminhoneiros que atinge as estradas brasileiras. Nessa quinta, o Governo chegou a anunciar um acordo com representantes da categoria após horas de reunião. Mas como a paralisação continuou ao longo do dia, os ministros detalharam que o reabastecimento para o população brasileira é o principal objetivo para o governo.

Segundo o ministro da Defesa, general Silva e Luna, as Forças Armadas poderão ser usadas para atender em situações em qualquer localidade do País. "Nós estamos trabalhando desde hoje na organização de todo esforço do governo, de todo esforço para ter o abastecimento para itens críticos e necessários para população. O Brasil não pode ficar isolado. O objetivo é permitir o abastecimento", afirmou, em entrevista coletiva no fim da tarde desta sexta-feira.

De acordo com o ministro da Segurança, Raul Jungmann, o número de interdições nas estradas do País diminuiram nesta sexta-feira. Ele informou que dos 938 pontos onde ocorriam os protestos, restaram apenas 519. Os dados foram coletados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Jungmann complementou que o governo poderá requisitar caminhões e colocar membros das Forças Armadas, dos agentes da PRF ou até das políciais estaduais para carregarem medicamentos a hospitais, alimentos e outras prioridades para as cidades.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, defendeu que o Planalto já cumpriu a sua parte na negociação com os manifestantes. "A reversão do processo é demorada. Agora, nós estamos tomando providências complementares para garantir o abastecimento da cidadania, do cidadão, do chefe de família, das famílias brasileiras", disse. "A desmoblização é muito mais lenta. Mas ela está acontecendo e queremos que aconteça o mais rápido possível", acrescentou.

De acordo com Padilha, a lei de garantia da lei e da ordem (GLO) começa a valer a partir desta sexta-feira e terá duração inicial de uma semana, até 4 de junho. O ministro afirmou que, "caso seja necessário", ela pode ser prorrogada.

Via Twitter, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, confirmou o emprego da GLO:

Mais uma vez, o @exercitooficial será empregado em uma operação de garantia da lei e da ordem (GLO), a fim de atender às necessidades da população afetada pela “greve dos caminhoneiros”. Como sempre, agiremos com base na CF, em apoio às instituições e pela democracia. — General Villas Boas (@Gen_VillasBoas) 25 de maio de 2018

Locaute

O ministro da Segurança disse ainda que a Polícia Federal abriu inquérito e vai ouvir 20 empresários de transportadoras para investigar se fizeram locaute, o que é ilegal e punível com prisão e multa. "Estamos investigando se grandes empresas, transportadoras, patrões usaram os trabalhadores para ampliarem suas margens de lucro", afirmou Jungmann. "Greve é direito constitucional; locaute é ilegalidade", definiu.

"Nós vamos ver quem está tirando proveito das reivindicações de trabalhadores. Se há patrões explorando os trabalhadores e o sofrimento da população", completou. O ministro disse que se o locaute for comprovado, os infratores serão enquadrados em sete tipos de crimes.

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, disse que as forças federais já estão atuando para normalizar a distribuição de produtos no país. Segundo ele, uma das refinarias da Petrobras no Rio de Janeiro, já reiniciou a distribuição de combustível no estado.

“A refinaria Duque de Caxias já normalizou quase na integralidade, o que vai limpando o horizonte para nós. Haverá o tempo necessário para reposição de estoques, mas reinicia o abastecimento”, disse. O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que muitos caminhoneiros estão respeitando o acordo firmado ontem com o governo federal.