Governo quer aprovar rápido lei que renegocia dívida dos estados, diz Barbosa

Governo quer aprovar rápido lei que renegocia dívida dos estados, diz Barbosa

Proposta prevê alongamento em 20 anos do prazo para pagamento

Agência Brasil

Barbosa disse que governo quer aprovar logo renegociação da dívida

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O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, reiterou nesta sexta-feira que a expectativa do governo para solucionar o problema da dívida dos estados é a aprovação do Projeto de Lei Complementar 257. A proposta prevê alongamento em 20 anos do prazo para pagamento da dívida e abatimento opcional de 40% extras na parcela, desde que os estados se comprometam a fazer ajuste fiscal. Mas, desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu liminar a Santa Catarina mudando o cálculo dos juros, mais estados têm buscado a via judicial.

"O fato de outros estados entrarem (na Justiça) não torna a questão mais urgente. O primeiro pedido (de Santa Catarina) torna a questão urgente", afirmou Barbosa.

O ministro, que tem procurado ministros do STF para discutir o assunto, disse que recebeu sinalização de que a Corte pode julgar o assunto em 27 de abril. Na manhã desta sexta, Barbosa steve mais uma vez no Supremo, para reunir-se com a ministra Cármem Lúcia.

Barbosa afirmou que o governo está "atento" e "procurando ajudar" o endividamento dos estados com a União. Para ele, a solução ideal é que o Projeto de Lei 257 tenha trâmite rápido no Congresso. "Foram apresentadas mais de 200 emendas. Estamos dialogando com os governadores e com o relator (do projeto). A ideia é que seja aprovado o mais rápido possível, tão logo seja superado o impasse político", declarou.

Enviada ao Congresso no dia 22 de março, a proposta de renegociação tramita em regime de urgência e aguarda apreciação no plenário da Câmara dos Deputados.

Nelson Barbosa defendeu o atual modelo de cobrança de juros dos estados. "A prática do mercado, de longa data, indica que, em contrato de dívida, quando se fala de taxa acumulada, se refere a um regime de juros compostos. Essa interpretação (da liminar do Supremo, de permitir o cálculo com juros não capitalizados), se estendida a outros estados, gerará impacto de até R$ 313 bilhões (para os cofres públicos). Isso pode desorganizar as finanças públicas e criar grande incerteza jurídica", declarou.

Os estados de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais conseguiram liminares mudando o cálculo dos juros no STF. Outras unidades federativas entraram com ações envolvendo as dívidas: Alagoas, Rio de Janeiro, São Paulo e Pará. Na quarta-feira (13), a cidade Bauru (SP) também foi ao STF.

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