Governo tem "plano B" para Auxílio Gás em caso de derrota no Congresso

Governo tem "plano B" para Auxílio Gás em caso de derrota no Congresso

Lula pode publicar decreto se Parlamento não manter benefício no valor integral de um botijão a famílias de baixa renda

R7

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Em meio às dificuldades do governo federal para conseguir a aprovação de medidas provisórias editadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Palácio do Planalto já tem um "plano B" para o Auxílio Gás, uma das propostas que vai perder a validade nesta quinta-feira.

Na terça-feira, durante a análise de outra medida provisória, a que retomou o Bolsa Família, a Câmara dos Deputados incorporou o adicional do Auxílio Gás à redação do programa de transferência de renda. O texto foi aprovado, mas ainda precisa do aval do Senado.

Caso o Senado não aprove a MP que concede a famílias de baixa renda um valor suficiente para a compra de um botijão de gás de cozinha de 13 kg, Lula pode editar um decreto para manter o benefício. O ato do Poder Executivo não precisa do aval do Parlamento para entrar em vigor.

Originalmente, o Auxílio Gás previa a transferência a cada dois meses de uma ajuda correspondente a 50% do preço de um botijão às famílias beneficiárias. Em agosto de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) autorizou a transferência de um benefício no valor total do produto e, no início deste ano, Lula assinou uma medida provisória para manter a regra pelo menos até dezembro.

A MP do Bolsa Família só perde a validade no fim de junho, mas com a inclusão do Auxílio Gás ao texto do projeto de conversão em lei, a matéria precisa ser aprovada até esta quinta-feira. Caso contrário, o benefício para a compra de um botijão volta a ser de apenas 50% do valor do produto.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome, "os procedimentos administrativos para publicação do decreto seguem em curso". "Dessa forma, estará garantido o pagamento do benefício do PAGB [Programa Auxílio Gás dos Brasileiros] no valor de 100% até o fim de 2023, independentemente se a MP nº 1.155/2023 prosperar ou não", informou a pasta, em nota.

O número de famílias que recebem o Auxílio Gás a cada dois meses varia de acordo com a oscilação do preço médio do botijão de gás de cozinha e o processo de averiguação cadastral do Cadastro Único. O último pagamento do benefício aconteceu em abril, com o repasse de R$ 110 para 5,7 milhões de famílias. O valor correspondeu à média nacional do produto calculada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Segundo o calendário do Poder Executivo, as próximas transferências acontecem em junho, agosto, outubro e dezembro. Para este ano, o governo reservou R$ 3,7 bilhões para bancar o programa social.


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