Grupo aguarda em frente ao Congresso votação do projeto que altera a LDO

Grupo aguarda em frente ao Congresso votação do projeto que altera a LDO

Destaque entre os manifestantes é o cantor Lobão, espécie de porta-voz

AE e Agência Brasil

Manifestantes continuam concentrados na portaria principal de acesso ao Congresso Nacional

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Manifestantes continuam concentrados na portaria principal de acesso ao Congresso Nacional. O grupo promove um apitaço e grita "fora PT", enquanto lá dentro, os parlamentares votam o projeto de mudança na meta do superavit primário (PLN 36/14). Neste momento, deputados e senadores concluem a votação de dois vetos presidenciais que trancavam a pauta. Antes do projeto que modifica a meta de superavit primário, os paralamentares precisam votar o PLN 31/2014. O projeto abre crédito especial de R$ 248 milhões ao Ministério da Previdência Social. O dinheiro deverá ser usado para cumprir sentença judicial favorável ao Instituto Aerus de Seguridade Social, que reúne aposentados e pensionistas das extintas companhias aéreas Varig, Cruzeiro e Transbrasil.

Impedido de entrar no prédio por determinação do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o grupo teve apoio de parlamentares contrários ao PLN 36/14, entre eles Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Simplício Araújo (SD-MA) , ovacionados ao repassar aos manifestantes informações sobre o andamento da sessão no plenário.

O destaque entre os manifestantes é o cantor Lobão, espécie de porta-voz do grupo. Único a conseguir entrar no plenário da Câmara, Lobão encontrou-se com deputados de oposição, mas disse que não aceitaria acompanhar a sessão sozinho das galerias. Por isso, voltou para o local da concentração dos manifestantes. O cantor fez um apelo para que o protesto se mantenha. 

Depois dos vários apelos para que Renan Calheiros liberasse as galerias, o líder do Democratas, deputado Mendonça Filho (PE), disse que a assessoria jurídica do partido elabora um mandado de segurança para ser protocolado no Supremo Tribunal Federal, tentando garantir o acesso da população. "O povo tem de se mobilizar de todas as maneiras, porque vivemos uma coisa absurda. O povo tem de ser respeitado . A casa do povo não pode ficar de joelhos perante o Executivo", afirmou Mendonça Filho.

O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) revelou que o regimento do Congresso Nacional permite a presença de populares nas galerias do plenário. O regimento da Casa não é o regimento de Dilma Rousseff ou o regimento de Renan Calheiros", criticou.

Página do Facebook de Dilma Rousseff critica protesto
A página oficial da presidente Dilma Rousseff no Facebook, administrada pelo PT, publicou, um vídeo que classifica de "ataque à democracia" o protesto ocorrido na noite dessa terça no Congresso contra o projeto que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e permite abatimentos no cálculo do superávit.

O autor das críticas, reproduzidas na página sob o nome da presidente da República, é o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). No vídeo, ele diz que a confusão responsável pela interrupção da sessão do Congresso que deveria analisar o projeto foi causada por "um grupo de, no máximo, 30 manifestantes ligados ao PSDB, com discurso de extrema direita". O senador ainda atribui ao grupo ofensas à senadora governista Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

A seguir, transcrição da fala de Lindbergh no vídeo reproduzido no Facebook de Dilma: "Olha pessoal, o que aconteceu hoje terça-feira aqui no Congresso Nacional foi um grande absurdo. Um grupo de no máximo 30 manifestantes ligados ao PSDB, com discurso de extrema direita... Chamaram a senadora Vanessa Grazziotin de vagabunda.

Interromperam a sessão do Congresso Nacional. Isso é um ataque à democracia. Então, estou aqui para denunciar. Nós estamos indignados com o que aconteceu. Parece que eles estão se inspirando na velha UDN golpista. Essa discussão da meta do superávit primário não é nada disso. O que a gente está querendo fazer aqui é o que a presidenta Dilma disse durante o processo eleitoral. Nós queremos equilíbrio fiscal, mas nós não vamos colocar o País em recessão e gerar desemprego. Foi uma vergonha o que a oposição fez."

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