Heleno nega participação em atos golpistas e diz que acampamentos bolsonaristas eram "ordeiros"

Heleno nega participação em atos golpistas e diz que acampamentos bolsonaristas eram "ordeiros"

Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro presta depoimento na CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro

Agência Brasil

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Em depoimento à CPMI do dia 8 de janeiro, nesta terça-feira em Brasília, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Augusto Heleno negou conhecimento sobre a minuta de golpe encontrada pela Polícia Federal (PF) na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

Heleno também disse que não foi ao acampamentos instalado em frente ao Comando Geral do Exército, em Brasília, após as eleições mas o classificou como “ordeiro e pacífico”.

“Eu nunca fui ao acampamento. Não por falta de tempo, mas por falta de condições de participar do que realizavam no acampamento que, pelo que sabia, eram atividades extremamente pacíficas e ordeiras. E nunca considerei o acampamento algo que interessasse à segurança institucional. Sempre achei que era uma manifestação política pacífica”, disse o general que também ressaltou que não participou de reuniões com chefes das Forças Armadas, nas quais estaria sendo combinado um golpe de Estado.

As reuniões com militares teriam ocorrido, segundo a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), nos meses de novembro e dezembro de 2022 e segundo a senadora teriam sido relatadas pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Cid, na delação premiada à PF. O teor do depoimento foi divulgado pela imprensa.

A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), também lembrou que “foi do acampamento que surgiu a ideia de montar uma bomba para explodir um caminhão de combustíveis no aeroporto de Brasília. Foi de lá que os vândalos saíram para quebrar a Praça dos Três poderes”.

O general negou ainda qualquer participação nesses atos de vandalismo, ocorridos em 12 de dezembro, nos arredores da sede da PF em Brasília, por pessoas que participavam do acampamento de bolsonaristas em frente ao Comando Geral do Exército, em Brasília. “Tomei conhecimento disso pela TV. Nem eu e muito menos o GSI fomos mentores ou participamos desses atos”, disse Augusto Heleno.

A relatora apresentou também relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que indicava riscos de vandalismo que poderia ser praticado pelos acampados em Brasília. Augusto Heleno novamente negou conhecimento e disse que documentos como o apresentado eram rotineiros, mas que “em geral falam apenas de possibilidades, que podem ou não se concretizar”.

Heleno continua seu depoimento, nesta terça-feira (26), na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas do dia 8 de janeiro.


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