Impeachment de Bolsonaro não tem apoio popular, diz Onyx Lorenzoni

Impeachment de Bolsonaro não tem apoio popular, diz Onyx Lorenzoni

Ministro da Cidadania critica falta de diálogo de Rodrigo Maia com a bancada do Democratas

Aristoteles Junior/Rádio Guaíba

publicidade

O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni (DEM/RS), se licenciou do cargo para participar, como deputado federal, das eleições na Mesa Diretora da Câmara. Considerado um dos aliados mais próximos e fieis do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Brasília, o político vota a favor do candidato do Planalto, Arthur Lira (PP/AL), para a presidência da Casa.

Em entrevista ao programa Agora, da Rádio Guaíba, nesta segunda-feira (1), Onyx comentou a polêmica envolvendo o posicionamento do Democratas – seu partido, e legenda do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia – no pleito. Após uma série de acenos ao candidato de oposição, Baleia Rossi (MDB/SP), o DEM decidiu liberar a sua bancada para escolher, individualmente, entre os postulantes ao cargo.

Segundo Onyx, a aproximação entre o DEM e o MDB aconteceu exclusivamente em razão dos planos pessoais de Maia. “O Rodrigo colheu, dentro do partido, a antítese do que ele plantou. Quando ele tomou a decisão de aproximar o Democratas do Baleia Rossi, em uma decisão unipessoal, empurrou o partido para uma aliança sem consultar ninguém”, criticou o ministro.

Impeachment

O ministro da Cidadania declarou que não acredita na abertura de um processo de impeachment contra Bolsonaro – uma possibilidade ventilada pelo próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia, após a reunião que expôs o racha na bancada federal do DEM. O presidente da República é alvo de mais de 60 denúncias para cassação do mandato na Câmara. Apesar disso, Onyx diz que a gestão é íntegra.

“O grande patrimônio que o presidente Bolsonaro tem é o seu apelo popular. E o que causou o impeachment da (ex-presidente) Dilma? Foi justamente o apoio do povo ao processo. Quando nós começamos a discutir esse assunto, não tínhamos nem 120 deputados a favor. O governo tinha amplíssima maioria. Por que o impeachment aconteceu? Porque tinha apoio popular”, opina Lorenzoni.

Reforma ministerial

Onyx é um dos cotados a fazer parte da reforma ministerial – vista por muitos como uma forma de garantir os votos necessários para a vitória de Arthur Lira nas eleições da Câmara. Segundo os veículos de imprensa que atuam em Brasília, o gaúcho pode deixar o Ministério da Cidadania para assumir um cargo no Palácio do Planalto. Essa seria a segunda troca no papel de Lorenzoni, que foi ministro-chefe da Casa Civil no início do governo.

“A camiseta que o presidente Bolsonaro me der, eu vou usar para jogar. Se for de volante, dou ‘bico’ pra frente. Se for de zagueiro, também. Se for como agora, na Cidadania, onde eu tenho que fazer gols, eu faço. Eu volto ao ministério amanhã, termino de fazer as minhas coisas e aguardo o comando dele. Aquilo que ele determinar, eu vou cumprir”, garante o político.

Novo bolsa família

A última tarefa de Onyx Lorenzoni à frente do ministério da Cidadania deve ser o lançamento do “novo Bolsa Família”. A ideia do Governo Federal é adotar, no programa de transferência social, parte dos fatores aplicados na distribuição do Auxílio Emergencial. O benefício também será mais amplo, incluindo cerca de 300 mil famílias que, hoje, não tem acesso à fonte de renda. Os valores atualizados ainda não foram definidos pela pasta.

 

Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895