Impeachment não é mais a pauta principal, diz líder do governo na Câmara

Impeachment não é mais a pauta principal, diz líder do governo na Câmara

Petista disse que governo não vai se intrometer na questão do pedido de afastamento do presidente da Câmara

AE

Líder do governo na Câmara diz que impeachment não é mais a pauta principal

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O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), fez um balanço do ano legislativo na tarde desta segunda-feira, e disse que a ideia do impeachment da presidente Dilma Rousseff "está se esvaziando" e que não é mais a pauta principal do País porque a percepção da sociedade mudou. "O discurso da oposição está se esvaziando", afirmou.

Para Guimarães, o Supremo Tribunal Federal (STF) colocou ordem no rito do impeachment e agora não cabe à oposição apresentar projeto para permitir a inscrição de chapa avulsa na escolha da comissão especial do impeachment. Em sua opinião, "vozes do além" alimentam a instabilidade política no País. "Ninguém muda a regra do jogo com o jogo sendo jogado", declarou.

O petista disse que o governo não vai se intrometer na questão do pedido de afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Para ele, o assunto está agora nas mãos do STF. "Se vai afastar ou não, é um problema do STF", tergiversou.

Apesar da crise com o PMDB, Guimarães disse que o governo conta com o apoio dos peemedebistas e espera que a situação interna se estabilize. Ele afirmou esperar que os problemas do partido se resolvam, assim como as diferenças entre a presidente Dilma Rousseff e seu vice Michel Temer. "Já já o PMDB se estabiliza", previu.

Questionado sobre os impactos da Operação Lava Jato no PT, o vice-presidente nacional da legenda admitiu que as investigações trouxeram consequências para o partido, mas disse ser difícil avaliar o "estrago" da apuração policial. Ele defendeu que todos os partidos passem por uma "purificação" após a Lava Jato.

Barbosa

Num discurso otimista, Guimarães disse que, a despeito das crises, o Parlamento teve um ano de "muita produção legislativa". No campo econômico, o petista disse esperar que o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, "pilote" a economia brasileira concluindo o pacote do ajuste fiscal e retomando o crescimento. "Não tem como 2016 ser pior", declarou.

Guimarães defendeu que o governo seja capaz de tomar medidas para reaquecer a economia e defendeu a "virada de página" do ajuste fiscal. "Ajuste pelo ajuste não mais. (Agora) é ajuste para retomar o crescimento", disse.

Na avaliação de Guimarães, falta mais Estado na retomada do crédito e é preciso que o governo estabilize o ambiente de negócios. Ele pregou esforços para investimento no setor público e no privado, além de medidas para o setor produtivo voltar a crescer. "O setor financeiro não perdeu nada com a crise. Agora ganhos têm de ser destinados à produção", defendeu. Guimarães ressaltou que não haverá retomada do crescimento "se ficarmos só na agenda do ajuste".

Mostrando divergência com o estilo Joaquim Levy, Guimarães disse que a Fazenda precisa agora liberar os empréstimos dos Estados. Apesar de dizer que Levy foi uma figura importante no primeiro ano do segundo mandato, o líder afirmou que, com Barbosa, "não tem guinada à esquerda, tem guinada para a volta do crescimento".

O petista insistiu na tese de que 2015 não foi um ano perdido porque matérias importantes foram votadas. "Tiramos leite de pedra", afirmou. Ele ressaltou que quase 90% das medidas do ajuste fiscal foram votadas e comemorou o fato de os vetos presidenciais "mais emblemáticos" não terem sido derrubados.

Para o próximo ano, o líder do governo defende a retomada da discussão sobre a reforma da Previdência e o retorno da CPMF em um debate com "menos preconceito". Ele espera que a Desvinculação das Receitas da União (DRU) seja votada também em 2016.

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