Investigações seguem um mês depois dos ataques aos Três Poderes

Investigações seguem um mês depois dos ataques aos Três Poderes

Após ataques, apurações sobre as responsabilidades permanecem nos âmbitos policial e judicial

Correio do Povo

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Um mês após os ataques por grupos extremistas contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília, os trabalhos de recuperação e as investigações para identificar envolvidos e financiadores prosseguem. Enquanto isso, outras ações seguem paradas, como o pacote da democracia. 

No sentido de identificar grupos envolvidos, os financiadores e os articuladores dos atos, a Polícia Federal já realizou cinco etapas da operação Lesa-Pátria, que se tornou permanente.

Segundo os dados mais recentes, 920 pessoas seguem presas desde o dia dos atos, em presídios de Brasília. Deste total, 105 são gaúchos. Além disso, outros 450 foram liberados, mas seguem sendo monitorados por tornozeleira eletrônica. No dia seguinte aos ataques, mais de duas mil pessoas foram detidas por suposto envolvimento nos atos.

Para ampliar as investigações, o Ministério da Justiça abriu um canal específico para denúncias. Foram mais de 107 mil e-mails recebidos com as mais diversas informações. Há nomes de suspeitos de participar, organizar e financiar os atos de vandalismo. Autoridades e agentes políticos também foram citados. Os dados foram enviados à PF. 

Uma das linhas de investigação é em relação aos casos de omissão por parte dos agentes da segurança pública, que envolvem, por exemplo, o ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça Anderson Torres. 

Pacote da Democracia não avança

Como uma reação aos ataques, o ministro da Justiça, Flávio Dino, apresentou ao presidente Lula o Pacote da Democracia, que incluiu uma medida provisória, uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê a criação da Guarda Nacional permanente e dois projetos de lei. Entre as medidas está a ampliação das punições para pessoas, empresas e plataformas digitais que atentarem contra a democracia ou que financiem atos. Os documentos seguem em análise pelo Planalto. 

Imagens colaboram na investigação

A base das investigações tem sido a partir das imagens produzidas pelas próprias pessoas que participaram dos ataques, muitas utilizando as suas redes sociais. Outras imagens vêm do sistema de segurança dos prédios, como as que mostraram detalhes das ações dos vândalos.

Ontem, o governo de Lula, por meio do Gabinete de Segurança Institucional, se recusou a compartilhar a íntegra das imagens dos ataques golpistas ao Planalto feitas pelas câmeras internas do prédio. A argumentação foi de que “não é razoável” o compartilhamento da íntegra das imagens por expor informações de métodos, equipamentos, procedimentos operacionais e recursos humanos da segurança presidencial. 


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