Itamaraty vê com surpresa tom ofensivo de manifestações da Venezuela sobre Brasil

Itamaraty vê com surpresa tom ofensivo de manifestações da Venezuela sobre Brasil

Ataques pessoais e escaladas retóricas não corresponde à forma respeitosa com que o Brasil trata a Venezuela e o seu povo, diz nota da diplomacia brasileira

Estadão Conteúdo

Relação entre os dois países está abalada desde o processo eleitoralna Venezuela, em julho, permeado por denúncias de fraude

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O Itamaraty divulgou nota nesta sexta-feira, 1º, em que diz que o governo brasileiro "constata com surpresa o tom ofensivo adotado por manifestações de autoridades venezuelanas em relação ao Brasil e aos seus símbolos nacionais". Nesta quinta, 31, a Polícia Nacional Bolivariana, da Venezuela, publicou em suas redes sociais uma foto com a bandeira do Brasil ao fundo e a silhueta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) junto com a mensagem: "Quem mexe com a Venezuela se dá mal".

A mensagem ocorre em meio à escalada das tensões diplomáticas entre o petista e o país vizinho após o veto brasileiro à entrada de Caracas no Brics. A relação entre Lula e Maduro está abalada desde as eleições na Venezuela, em julho, permeada por denúncias de fraude. O governo brasileiro ainda não reconheceu a vitória do presidente venezuelano.

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"A opção por ataques pessoais e escaladas retóricas, em substituição aos canais políticos e diplomáticos, não corresponde à forma respeitosa com que o governo brasileiro trata a Venezuela e o seu povo", complementa a nota. O Itamaraty também disse que o Brasil "sempre teve muito apreço ao princípio da não-intervenção e respeita plenamente a soberania de cada país e em especial a de seus vizinhos".

Sobre as eleições venezuelanas, o Itamaraty disse que o interesse do governo brasileiro se justifica pela "condição de testemunha dos Acordos de Barbados, para o qual foi convidado, assim como para o acompanhamento do pleito de 28 de julho".

"O governo brasileiro segue convicto de que parcerias devem ser baseadas no diálogo franco, no respeito às diferenças e no entendimento mútuo", conclui o Itamaraty na nota.


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