Jango vai ter honras de Estado em processo de exumação
Ministra Maria do Rosário garantiu que corpo volta a São Borja depois de concluída perícia
publicidade
"Decidida sua exumação, nós queremos preparar um procedimento em que ele vá com honras a Brasília, como presidente, e volte a São Borja com honras também", afirmou, depois de uma reunião com líderes estaduais do PDT. Deposto em 1964, Jango morreu no exílio, em 6 de dezembro de 1976, em Mercedes, na Argentina. O enterro no jazigo da família, em São Borja, teve grande presença popular, mas não contou com honrarias oficiais.
Maria do Rosário afirmou que ele vai receber o tratamento que não teve quando foi deposto e no momento do sepultamento, "Temos o compromisso de tratá-lo devidamente como presidente eleito pelo povo brasileiro". O ritual das honrarias deve ser definido pelo cerimonial do governo. A exumação dos restos mortais de Jango foi decidida em 2013 pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que quer apurar se a morte decorreu de enfarte, como na versão oficial, ou de envenenamento, como sugerem admiradores do ex-presidente.
A data de abertura do túmulo pode ser definida em reunião de representantes da CNV e da SDH com peritos da Polícia Federal (PF) e convidados, marcada para o dia 17, na capital federal. Os restos mortais serão levados para análise em laboratórios da PF na capital.
O presidente estadual do PDT, Romildo Bolzan, valorizou o encontro com Mária do Rosário, que explicou questões técnicas sobre a exumação do cadáver do ex-presidente João Goulart, sem antecipar datas do processo. Para Bolzan, um dos pontos mais importantes é a garantia do retorno dos restos mortais de Jango à São Borja. O pedetista ressaltou que o episódio vai proporcionar, ainda que nestas circunstâncias, mas de forma simbólica, um retorno à Brasília com direito a honrarias.
