Justiça da Alemanha poderia avaliar eventual extradição de Eike
Pela lei, a Justiça do país europeu terá que decidir se devolve o empresário para ser julgado no Brasil
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O empresário teve sua prisão decretada na quinta-feira, mas não estava em sua residência no Rio e foi declarado como foragido. Seus advogados indicaram que ele estaria no exterior, enquanto dados coletados pela Polícia Federal indicaram que ele embarcou para Nova York usando um passaporte alemão.
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Com dupla nacionalidade, Eike poderia dificultar uma extradição ao Brasil caso conseguisse chegar até a Alemanha, a partir de Nova York. Pelo artigo 16.2 da Lei Fundamental Alemã, fica estabelecido que essa extradição poderia ocorrer apenas para outros países europeus e que uma extradição para fora do bloco não estaria prevista.
Mas pessoas próximas ao caso indicam que o texto daria margens para casos de dupla nacionalidade. Questionada sobre a fuga de Eike, a polícia alemã afirmou que não poderia se pronunciar, por conta da proteção de informações confidenciais.
Mas, para o organismo em Berlim que se ocupa do crime, uma extradição não está totalmente descartada. "Se um alemão pode ser extraditado é uma decisão que é tomada pela Justiça e sempre depende de um caso especial", afirmou Marianne Falasch, porta-voz da BKA.
O Brasil já viveu um caso parecido com a fuga de Henrique Pizzolato, condenado no caso do mensalão. Com um passaporte italiano, ele se refugiou no norte da Itália. Mas acabou sendo descoberto e detido pela polícia local.
Uma longa batalha nos tribunais começou, com o Brasil fazendo um pedido de extradição. Na época, a Itália também dificultava a extradição de seus nacionais. Mas o próprio Ministério Público italiano saiu em defesa do envio do ex-diretor do Banco do Brasil, sob a alegação de que ele estava usando o documento europeu para se blindar de uma condenação.