Justiça Federal condena hacker da Lava Jato a 20 anos de prisão

Justiça Federal condena hacker da Lava Jato a 20 anos de prisão

Delgatti responde por crimes na Operação Spoofing; cabe recurso da decisão

Agência Brasil

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 A Justiça Federal condenou hoje (21) o hacker Walter Delgatti a 20 anos de prisão no processo da Operação Spoofing, deflagrada pelo PolÍcia Federal em 2019. Cabe recurso contra a decisão.

A sentença foi proferida pelo juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal em Brasília. Durante as investigações, a PF descobriu que Delgatti e outros acusados interceptaram conversas de integrantes da Operação Lava Jato, entre elas, o ex-procurador Deltan Dallagnol.

A decisão abarca ainda outros cinco investigados da Operação Spoofing: Gustavo Henrique Elias Santos, Luiz Henrique Molição, Thiago Eliezer Martins Santos, Suelen Priscila de Oliveira e Danilo Cristiano Marques. Com relação a Delgatti, o juiz da 10ª Vara Federal Criminal de Brasília apontou "comprovação de materialidade e autoria" do crime de invasão de dispositivo informático, "fato por ele confessado e que encontra respaldo probatório pela investigação realizada pela Polícia Federal".

Durante depoimento à CPMI do 8 de janeiro, o hacker ganhou as manchetes por revelações sobre os supostos ataques ao sistema eleitoral brasileiro e, ainda, suas conversas com o ex-presidente Jair Bolsonaro e a deputada Carla Zambelli. Ele admitiu ter feito tentativas de invadir o sistema das urnas eletrônicas mantido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Questionado pelo senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), porém, ele disse que jamais conseguiu. “O senhor está dizendo o que sempre dissemos: o sistema eleitoral brasileiro é confiável. No Brasil de tantos problemas, num período sensível, o presidente da República se vale de sua condição para contratar uma pessoa a fim de tentar mostrar a fragilidade do sistema eleitoral. É de uma gravidade gigantesca”, criticou Veneziano, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Delgatti não respondeu aos questionamentos de Flávio Bolsonaro. O parlamentar negou que houvesse um plano para fraudar o sistema eleitoral e classificou as declarações do hacker como “completamente desqualificadas e sem nenhuma possibilidade de credito”: “Não foi para fazer invasão em sistema eleitoral nenhum. Foi na verdade uma sondagem para que ele (Delgatti), junto com aquele grupo das Forças Armadas que estava legalmente junto ao TSE para fazer testes em urnas, pudesse mostrar ao TSE possíveis vulnerabilidade das urnas. Essa narrativa de que ele foi contratado para fraudar as eleições é uma mentira”, disse.


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