Leite faz balanço dos 100 dias e promete apresentar projeto do IPE Saúde

Leite faz balanço dos 100 dias e promete apresentar projeto do IPE Saúde

Governador do RS elencou prioridades e destacou a performance da máquina pública como marca

Felipe Nabinger

Eduardo Leite apresentou balanço no Cais Mauá

publicidade

Ao completar 100 dias da sua segunda gestão, o governador Eduardo Leite (PSDB) prometeu, nesta segunda-feira, apresentar o diagnóstico sobre o IPE Saúde e o projeto de reestruturação do plano estatal aos deputados estaduais até o final da próxima semana. O primeiro passo será detalhar o que foi levantado em estudos.

“Vamos apresentar o diagnóstico, que contempla não apenas o que já temos de defasagem entre a receita do IPE e seus custos, como também aqueles custos que devem ser acoplados à medida que há uma demanda de reajuste de honorários médicos, por exemplo”, disse o governador. Na próxima semana, o projeto deverá ser conhecido na íntegra. 

“O governo vai apresentar uma reestruturação da fórmula de financiamento. Não se trata meramente de uma alteração de alíquotas, mas de um novo formato da remuneração, revisando o formato atual. É isso que posso adiantar.” Leite reforçou que essa apresentação não será, obrigatoriamente, para protocolar o projeto no Legislativo.

Para isso, o governador evitou falar em prazo para o envio à Assembleia. 

Marca do governo

Colocando a performance de governo, com alterações no andamento da máquina pública, como marca dos primeiros 100 dias, Leite apresentou um balanço do período, falando em futuro, mas ainda apegado ao passado recente, já que muitas das realizações apresentadas em um evento no Cais Mauá, nesta segunda-feira, são “colheitas dos governos passados”, nas palavras dele.

“A marca que o governo dá é exatamente a inflexão à performance. Não necessariamente precisamos de novas marcas. A essência é mesma, o diálogo, o respeito, ousadia, agora dirigidas à performance”, afirmou. Lembrou  que, em 2019, quando dos 100 primeiros dias do governo, havia uma pauta de reformas, privatizações e concessões e, agora, o foco foi na reestruturação administrativa. 

Leite citou a reforma aprovada no final do ano passado, que alterou o quadro de Cargos em Comissão (CCs) e Funções Gratificadas (FGs), mudou a estrutura administrativa das secretarias de Estado e implementou novo sistema de convênios com os municípios como exemplos de encaminhamentos nessa área. 

No Espaço Multiverso, no Cais do Porto, Leite elencou cinco prioridades de seu governo: educação, saúde, inovação, combate à pobreza e combate à estiagem. Em cada um dos pontos, o governador destacou entregas desta gestão e desdobramentos de ações da passada. 

Na primeira, eleita desde a campanha como a principal, Leite voltou a falar do concurso para 1,5 mil professores, da aplicação de R$ 30 milhões nas 2,3 mil escolas estaduais gaúchas e na aprovação do piso, ocorrida na semana passada na Assembleia.

"Estranheza" na Assembleia

Por falar em Assembleia, Eduardo Leite teve reduzida sua base no Legislativo, que conta agora com cerca de 30 deputados, quando chegou a ter, no passado, 42. Questionado se isso o preocupa para a aprovação de novos projetos do Executivo, o governador disse ter respeito ao Parlamento e a suas decisões, mas deixou transparecer “estranhamento” com movimentos de bancadas mais à esquerda e à direita quando da votação do piso do magistério.

“Estranha algumas associações que se fizeram entre partidos à direita e à esquerda, em relação ao projeto que apresentamos. Mas isso é uma decisão política individual ou do grupo político a que cada um pertença.”

Na semana passada, as bancadas formadas por PT, PCdoB e PSol, somadas às bancadas mais à direita do PL e do Republicanos, por pouco não derrubaram o requerimento de preferência do governo, que garantiu a votação do texto original que concedeu 9,45% de aumento para professores e parte dos aposentados.

Vendo como legítima a interferência de parlamentares em projetos, Leite disse que não vai “condenar o futuro” para atender demandas urgentes, como em governos passados, agindo com responsabilidade com as contas públicas.

Futuro, aliás, foi uma palavra usada em destaque pelo governador. Ela faz parte do slogan da nova logomarca do governo: “O futuro nos une”. “Mudamos o presente, projetamos o futuro e temos capacidade de olhar para frente com maior confiança.”

 

 


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895