Lula dá protagonismo a ministro do Supremo no desfile militar

Lula dá protagonismo a ministro do Supremo no desfile militar

Convite do petista foi um gesto de apoio ao ministro, alvo de bolsonaristas que pediram seu impeachment na manifestação em São Paulo

Estadão Conteúdo

Convite do petista foi um gesto de apoio ao ministro, alvo de bolsonaristas que pediram seu impeachment na manifestação em São Paulo

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O desfile militar de 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, contou com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na primeira fila da tribuna de autoridades, marcando o aceno do chefe do Executivo à Corte.

O convite do petista foi um gesto de apoio ao ministro, alvo de bolsonaristas que pediram seu impeachment na manifestação em São Paulo, na Avenida Paulista.

Moraes recebeu gritos amigáveis de um grupo de espectadores e acenou de volta, ainda antes do início do evento. As pessoas que tinham acesso às arquibancadas próximas à tribuna eram principalmente funcionários do governo Lula e convidados do Executivo.

Outros cinco ministros do STF participaram da solenidade: Cristiano Zanin, Edson Fachin, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso, presidente da Corte.

De praxe, apenas Barroso ocuparia a tribuna, mas Lula convidou todos os magistrados para dar lugar a Moraes. Mais tarde, os magistrados do STF participaram de um almoço com Lula e com integrantes do Ministério do petista, no Palácio do Alvorada.

Embora ausente no desfile, o ministro da STF Flávio Dino utilizou as redes sociais para afagar Moraes e lembrar o 'monopólio da última palavra' da Corte.

Também participaram do evento cívico em Brasília o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin (PSB) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Outro alvo de ataques de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Pacheco também ficou ao lado de Lula no palanque.

Dos 38 ministros do governo, 32 estavam presentes na tribuna de autoridades, entre os quais José Múcio Monteiro Filho, titular da Defesa, além dos comandantes das Forças Armadas: almirante Marcos Sampaio Olsen (Marinha), o general Tomás Ribeiro de Paiva (Exército) e o brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno (Aeronáutica).

AUSÊNCIAS

O evento, no entanto, foi marcado por ausências significativas, como as do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), da primeira-dama, Janja da Silva, e da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, alvo de supostos casos de importunação e assédio sexual envolvendo o agora ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio de Almeida.

Janja não acompanhou o presidente Lula porque está em viagem ao Catar. Segundo sua assessoria, na segunda-feira, dia 9, ela vai participar da 5ª Celebração do Dia Internacional para Proteger a Educação de Ataques, a convite da xeica do Catar, Mozha bin Nasser al-Missned.

Já o deputado Lira informou que decidiu ficar em Alagoas para cumprir agendas relacionadas às eleições municipais de outubro. O evento prestou homenagem às vítimas da recente tragédia ambiental no Rio Grande do Sul e aos esforços pela reconstrução do Estado, momento que contou com a presença do governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB-RS).

O governador vestiu, em vez de gravata, um lenço rosa, vermelho e branco no pescoço. O lenço é típico da cultura gaúcha. Também foi abordada a realização da reunião do G-20 no Brasil, que será no Rio, em novembro. Outra ala do desfile tratou de campanhas de vacinação e de atendimentos em saúde.

Atletas olímpicos brasileiros participaram do desfile, que contou com a exibição de equipamentos motorizados das Forças Armadas. No fim, houve a tradicional apresentação da Esquadrilha da Fumaça, com uma demonstração de acrobacias no céu por pilotos da Aeronáutica. O 7 de Setembro é a principal data no calendário de comemorações cívicas do País.

SEGURANÇA

Na Esplanada dos Ministérios, onde ocorreu o desfile, havia áreas isoladas, pontos de revistas e atiradores de elite de prontidão para atuar caso a integridade das autoridades e do público fosse ameaçada.

Eram mais de cinco mil agentes trabalhando na segurança, sendo 2.500 membros da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF), 2.000 militares das Forças Armadas e 600 do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

De acordo com o GSI, o efetivo foi maior do que o dos anos anteriores em razão do aumento da extensão do desfile. Antes, a cerimônia se concentrava ao lado dos ministérios, mas, no feriado de ontem, se estendeu até a altura do Teatro Nacional.

O governador Ibaneis Rocha (MDB-DF) também compareceu ao desfile e foi cobrado pela plateia por causa de operação recente que impediu eventos culturais em um espaço aberto da cidade.


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