Lula deve fechar 20 acordos bilaterais durante passagem pela China

Lula deve fechar 20 acordos bilaterais durante passagem pela China

Entre os acordos está o que prevê a construção e o lançamento em órbita de um novo satélite para monitorar o desmatamento na Amazônia

AE

Lula, presidente da República

publicidade

Os governos do Brasil e da China vão assinar ao menos 20 acordos de cooperação bilateral durante a visita de Estado que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará entre os dias 26 e 31 de março a Pequim e Xangai. Entre os acordos está o que prevê a construção e o lançamento em órbita de um novo satélite sino-brasileiro para monitorar o desmatamento florestal na Amazônia e outros biomas.

Há na lista de memorandos ligados ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ambiente, educação, ciência e tecnologia, finanças, protocolos sanitários e fitossanitários ligados a produtos do agronegócio. "É uma visita de importância comercial, econômica, mas também política. Ela acontece na sequência da retomada de contatos de alto nível. Ocorre num momento auspicioso, de novo ciclo político no Brasil e na China", disse o embaixador Eduardo Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty. "O objetivo é o aprofundamento da parceria estratégica global."

Segundo o embaixador, o País deseja diversificar sua pauta comercial com a China, hoje sustentada por commodities exportadas, como carne, soja, minério de ferro e derivados do petróleo, e manufaturas importadas. O principal foco é explorar possibilidades de desenvolvimento conjunto e complementar, com abordagem tecnológica, transição energética, combate à fome e de mudança climática.

A comitiva empresarial já atingiu a marca de 240 empresários inscritos, sendo considerada recorde pelo governo. Como o Estadão revelou, representantes de diferentes empresas e setores econômicos disputam espaço e prestígio para serem incluídos na comitiva oficial de Lula.

Satélite

O desenvolvimento do satélite sino-brasileiro servirá para aprimorar o monitoramento das áreas desmatadas e alvo de queimadas, disse Saboia. "O CBERS 6 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) será o primeiro satélite desenvolvido entre os dois (países) que usa uma tecnologia que permite ao radar monitorar a floresta mesmo com nuvens. É um avanço", afirmou.

O programa CBERS já produziu e colocou em órbita seis satélites, entre 1999 e 2019. Os investimentos desde o início do programa passam dos US$ 300 milhões. O último CBERS 04A, lançado em 2019, tem vida útil estimada até o fim de 2024, mas pode permanecer mais tempo em órbita e em condições operacionais, como seu antecessor, o CBERS 4. O custo foi dividido entre Brasil e China. O satélite já pode ser usado para certos tipos de monitoramento, como de garimpo ilegal no leito de rios, mas a qualidade das câmeras brasileiras em órbita é afetada pelas nuvens.

O Estadão apurou que ainda estão acertadas cooperação na área de esportes, em diferentes modalidades, e cultura, para promover coproduções televisivas entre entes da mídia chinesa e a brasileira.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895