Lula lamenta saída de médicos cubanos "por preconceito"
Cuba decidiu pelo retorno de profissionais após Bolsonaro anunciar que mudaria condições de contrato
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Cuba decidiu pelo retorno de 8,3 mil profissionais que trabalhavam no Mais Médicos, através da Organização Panamericana da Saúde, depois que Bolsonaro anunciou que mudaria as condições de contrato, o que Havana considerou inaceitável. Lançado em 2013 pela presidente Dilma Rousseff, o programa permitiu dar assistência à população das regiões mais pobres e rurais do Brasil, principalmente graças à chegada de profissionais cubanos, que ocupavam metade dos postos do programa.
No contrato, os médicos recebiam 30% do valor desembolsado pelo Brasil, enquanto o restante ia para o orçamento da ilha, que por sua vez conservava seus salários e postos de trabalho em Cuba. Bolsonaro exigia que os profissionais recebessem o salário integral. Mais de 6 mil médicos já retornaram à ilha, numa ponte aérea de vários dias, e as autoridades cubanas deram por encerradas as operações de evacuação.
Da prisão em Curitiba, Lula disse que "no Brasil, os médicos de Cuba foram onde não havia médicos brasileiros. Em muitas comunidades pobres, distantes, de indígenas, que jamais tinham sido assistidas por um profissional da saúde". "Por isso quero dizer ao povo de Cuba: tenham muito orgulho dos seus médicos e das suas escolas de medicina. Vocês conquistaram milhões de admiradores, milhões de pessoas gratas no Brasil", acrescentou.