“Magistrado não ganha salários vultuosos”, sustenta desembargador do TRT

“Magistrado não ganha salários vultuosos”, sustenta desembargador do TRT

Remuneração média da categoria é de R$ 22 mil, conforme desembargador

Samuel Vettori / Rádio Guaíba

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A Justiça do Trabalho vai concluir, no final do mês, o levantamento sobre o número de magistrados que solicitaram o auxílio-moradia. O valor, de R$ 4,3 mil mensais, vai servir para compensar o que juízes e desembargadores deixaram de ganhar com a falta de reajuste salarial desde 2009, na avaliação do desembargador federal do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Emílio Papaléo Zin. “É preciso que a opinião pública seja esclarecida de que magistrado não ganha salários vultuosos”, completou.

Segundo Papaléo, que revelou ter solicitado o benefício, o auxílio-moradia é justo e legítimo porque é um complemento previsto em lei reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal. “Nós não temos aplicação da Constituição desde 2009 (correção salarial). Ainda que isto (auxílio-moradia) não seja um aumento de salário é uma maneira de compensar a defasagem”, considerou.

O magistrado revelou que a remuneração média de um magistrado é de R$ 22 mil, mas que esse valor baixa para R$ 17 mil com os descontos previdenciários e fiscais. Ele também comparou com salários da iniciativa privada, que atingem R$ 50 mil.

Maioria já solicitou benefício

Para o desembargador, o tema tomou proporção exagerada na imprensa e nas ruas. “Evidente que na grande média da população brasileira são valores bem consistentes, mas não é algo que seja absolutamente digno de manchete e de até certa aversão da opinião pública”, disse.

Dos 180 magistrados federais do Rio Grande do Sul seis ainda não solicitaram auxílio-moradia. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul confirmou que dos 816 juízes e desembargadores da Corte, 75 ainda não pediram os valores. A maioria desses, porém, não vai ter direito ao auxílio. Nos casos em que um juiz é casado com um colega de profissão, só um deles recebe.

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