Maia vai dar R$ 2 bilhões do fundo partidário para combater incêndios?, questiona Bolsonaro
Presidente da Câmara dos Deputados defende uso de recursos de fundo da Petrobras contra queimadas na Amazônia
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O presidente Jair Bolsonaro fez uma ironia e perguntou a jornalistas, nesta sexta-feira, se é verdade que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) vai dar R$ 2 bilhões do fundo público de campanha para ajudar a combater incêndios na Amazônia. "Quero perguntar a vocês, é verdade que o Rodrigo Maia falou que vai dar R$ 2 bilhões do fundo partidário para combater incêndios? Vi uma notinha na imprensa aí", declarou.
Bolsonaro reagiu ao ser indagado se a liberação de recursos estaria entre as iniciativas do governo para ajudar no combate às queimadas na região amazônica. "O problema é recurso", respondeu. O montante representa o aumento defendido por Maia e parlamentares no fundo partidário, que pode chegar a R$ 3,7 bilhões nas eleições municipais do ano que vem.
Maia afirmou no Twitter, também nesta sexta-feira, que sua proposta para o combate das queimadas é buscar um fundo relacionado à Petrobras. "Minha proposta para o combate às queimadas é efetiva. Peticionarmos juntos no Supremo, pedindo os R$ 2,5 bilhões do fundo da Petrobras para a educação e também para a Amazônia. Recursos que estão parados e entrariam hoje no caixa do governo e poderiam, inclusive, ir para os estados da região", escreveu.
Minha proposta para o combate às queimadas é efetiva. Peticionarmos juntos no Supremo, pedindo os R$ 2,5 bilhões do fundo da Petrobras para a educação e também para a Amazônia.
— Rodrigo Maia (@RodrigoMaia) August 23, 2019
Tropas do Exército na Amazônia
Mais cedo, Bolsonaro afirmou que a tendência é que o governo mobilize tropas do Exército para auxiliar no combate às queimadas na Amazônia. Isto ocorreria por meio de uma operação de Garantia de Lei e da Ordem (GLO). "É uma tendência. A tendência é essa, a gente fecha agora de manhã", disse o presidente. Ele lembrou que organizou uma "reunião muito grande ontem" no Planalto para discutir a situação - oito ministros participaram do encontro. "Discutimos muita coisa. O que estiver ao nosso alcance nós faremos", declarou o presidente.
As queimadas na Amazônia viraram pauta internacional, tanto que o tema deverá ser tratado na reunião do G7, na França. O assunto foi incluído no encontro por sugestão do presidente francês Emmanuel Macron. O chefe de estado europeu deu declarações fortes sobre Bolsonaro e revelou oposição ao acordo entre União Europeia e Mercosul. "Dada a atitude do Brasil nas últimas semanas, o presidente da República só pode constatar que o presidente Bolsonaro mentiu para ele na cúpula (do G20) de Osaka", declarou o palácio do Eliseu.