Maioria dos deputados gaúchos é a favor de eleições em novembro

Maioria dos deputados gaúchos é a favor de eleições em novembro

Mesmo assim, ainda há necessidade de avançar na análise de pontos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada no Senado

Lucas Rivas/Rádio Guaíba e Mauren Xavier/Correio do Povo

Câmara dos Deputados deverá votar na próxima semana PEC que prevê adiamento das eleições

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A maioria dos deputados federais gaúchos é a favor do adiamento das eleições municipais, previstas para outubro deste ano. De acordo com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada no Senado, na segunda-feira passada, o pleito ficaria para os dias 15 e 29 de novembro, respectivamente o primeiro e segundo turno. Mesmo assim, alguns parlamentares ainda têm dúvidas e resistências a alguns pontos do texto. 

Segundo levantamento do Correio do Povo e da Rádio Guaíba, dos 31 parlamentares, 24 são favoráveis à mudança nas datas, conforme previsto na PEC. Quatro deputados deverão votar contra a proposta e três aguardam a orientação do partido.

A previsão é de que a matéria seja analisada na próxima semana na Câmara dos Deputados. Por ser uma PEC é preciso ter, no mínimo, 3/5 dos votos, o que representa 308 deputados. A votação ocorrerá em dois turnos. 

Sem unanimidade dentro dos partidos, os progressistas Afonso Hamm e Jerônimo Goergen (PP) devem votar contra a PEC por entenderem que as eleições precisam ser mantidas dentro do calendário já estabelecido. O deputado Pedro Westphalen, também do PP, aguarda a bancada fechar questão. Na mesma linha, está Carlos Gomes (Republicanos), que é contra a mudança nas datas. Segundo ele, não há dados científicos que comprovem que a situação da pandemia em novembro poderá ser melhor do que em outubro. Sanderson (PSL) também é a favor de manter o calendário atual.

"Eu voto pelo adiamento porque sou de um partido pequeno e a eleição em 4 de outubro irá favorecer os prefeitos que vão buscar a reeleição. Eu quero dar oportunidade para outras pessoas", justificou o coordenador da bancada gaúcha, Giovani Cherini (PL). Segundo a líder do PSol, Fernanda Melchionna, é "inviável fazer eleições dia 4 de outubro”. Além disso, ela adverte para movimentos que defendem a prorrogação dos mandatos por mais dois anos. "Acho um ataque ao direito de escolha do povo", afirmou.

"Nossa bancada (PT) votará pelo adiamento motivado pelo momento sanitário. Está afastado para nós, apoiarmos qualquer prorrogação de mandato. Assegurado isto, podemos alterar para melhor proteger as pessoas do contágio, as datas do pleito”, avaliou a deputada Maria do Rosário. Da mesma bancada, Henrique Fontana ressaltou que a importância de todo o texto da PEC ser lido, antes de uma posição integral.

Alguns deputados ainda aguardam a definição dos partidos. Esse é o caso do PTB, que tem dois deputados, Maurício Dziedricki e Ronaldo Santini, que já externou prorrogar as eleições para 2022, para que seja feito um pleito único. O deputado Marcel van Hattem (Novo) pondera que se for apenas a mudança de data deverá votar a favor da PEC. "Porém, se tiver outras coisas além disso, votará contra", comentou. 

O que acham os deputados

A favor das novas datas: Afonso Motta (PDT); Alceu Moreira (MDB); Bibo Nunes (PSL); Bohn Gass (PT); Daniel Trzeciak (PSDB); Danrlei de Deus Hinterholz (PSD); Fernanda Melchionna (PSol); Giovani Cherini (PL); Giovani Feltes (MDB); Heitor Schuch (PSB); Henrique Fontana (PT); Liziane Bayer (PSB); Lucas Redecker (PSDB); Marcel van Hattem (Novo); Marcelo Brum (PSL); Marcelo Moraes (PTB); Márcio Biolchi (MDB); Marcon (PT); Maria do Rosário (PT); Marlon Santos (PDT); Nereu Crispim (PSL); Osmar Terra (MDB); Paulo Pimenta (PT); Pompeo de Mattos (PDT).

Manutenção das datas: Afonso Hamm (PP); Carlos Gomes (Republicanos); Jerônimo Goergen (PP); Sanderson (PSL).

Aguardam definição dos partidos: Maurício Dziedricki (PTB); Pedro Westphalen (PP); Santini (PTB).


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