Mandetta é bom comunicador e ajudou a potencializar pavor da população, diz Bolsonaro

Mandetta é bom comunicador e ajudou a potencializar pavor da população, diz Bolsonaro

Em entrevista à Bandeirantes, presidente negou mortes por falta de UTI

AE

Bolsonaro fez críticas a Mandetta

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Em entrevista à TV BandNews, o presidente Jair Bolsonaro criticou a maneira como ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta conduzia a crise da Covid-19. Para Bolsonaro, “Mandetta é um bom comunicador e ajudou a potencializar o pavor da população” com a doença causada pelo novo coronavírus.

Além dos desgastes que se acumulavam entre Mandetta e Bolsonaro, o presidente citou a entrevista concedida pelo então ministro ao programa Fantástico, da TV Globo, como estopim para sua demissão. Na ocasião, Mandetta disse que “o brasileiro não sabe se escuta o ministro ou o presidente”.

Em compensação, o atual ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, foi elogiado por Bolsonaro. Segundo o presidente, o general do Exército que substituiu o ex-ministro Nelson Teich, tem feito um “brilhante trabalho na Saúde”. Bolsonaro defendeu a divulgação diária de mortes causadas pela covid-19 atreladas aos dias exatos em que os óbitos ocorreram, medida também endossada por Pazuello.

Bolsonaro nega falta de UTI

Na mesma entrevista, o chefe do Executivo disse que o Brasil não registrou até o momento nenhuma morte por Covid-19 que tenha acontecido por falta de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) ou aparelhos respiradores. O presidente também salientou que ao governo federal tem cabido tão somente o repasse de verbas para Estados e municípios.

“Não temos informações que qualquer pessoa tenha falecido por falta de UTI ou de respiradores, abastecemos Estados e municípios com recursos”, disse Bolsonaro, para quem, “infelizmente, o STF assim definiu que deveria ser feito”, em referência à decisão do Supremo Tribunal Federal de dar autonomia a governadores e prefeitos na condução das medidas a serem tomadas contra a disseminação do coronavírus, o que gerou, na visão do presidente, uma falta de articulação entre os governantes. “Falta de diálogo houve porque os governadores passaram a ser donos dos seus Estados e os prefeitos donos dos municípios.”

Prova dessa autonomia vista como excessiva por parte de Bolsonaro seria o fato de alguns governadores terem impedido a administração da cloroquina a pacientes da Covid-19: “Eu tinha informações que a cloroquina estava dando certo, de forma não comprovada cientificamente, e não tinha outra alternativa. Baseado em dados, em inúmeros relatos. Teve governador e prefeito que proibiu a administração desse medicamento. Não tinha interesse por parte de muitos governadores de conversar”, destacou o presidente.


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