Mansueto questiona críticas do Rio Grande do Sul ao Regime de Recuperação Fiscal

Mansueto questiona críticas do Rio Grande do Sul ao Regime de Recuperação Fiscal

Pouco mais de um ano após a adesão do Estado ao programa, governador afirma que deve rever alguns pontos. O ex-secretário foi um dos principais articuladores da medida

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Em meio às discussões sobre as finanças públicas, entre elas uma possível majoração do ICMS e uma revisão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), cujo o Estado aderiu há pouco mais de um ano, um dos principais articuladores da criação do regime questiona as atuais críticas do governo gaúcho sobre o programa. “No caso do Rio Grande do Sul, tem que conversar como governador para ver qual é a dificuldade. Porque foi feita toda uma simulação, foi apresentada a equipe do Tesouro, a equipe do Tesouro analisou essas simulações e quando o governo do Estado assinou com o governo federal, ele praticamente concordou com as regras. O que mudou tanto de um ano para o outro? É isso que a gente tem que descobrir”, afirmou o ex-secretário do Tesouro Nacional Mansueto Almeida, em Porto Alegre. 

O economista relembrou, ainda, que o Estado aderiu à segunda versão do RRF após as mudanças. Na primeira versão, era exigida a privatização de ativos, como Banrisul, além de um tempo menor para o pagamento da dívida. A atual versão não demandou privatização e o período de pagamento foi ampliado de seis anos para dez.

Apesar disso, a demanda do Executivo gaúcho diz respeito a um aumento nas margens de captação de operações de crédito, atualmente em 5%. O objetivo do governo é elevar para 15% da receita corrente líquida o comprometimento com esses financiamentos. Outra demanda é flexibilização da meta de superávit primário estabelecida pelo RRF, devido a uma queda de receita após a redução das alíquotas de ICMS no ano anterior.

O impasse do ICMS gaúcho e a reforma tributária 

Principal argumento utilizado pelo governo do Estado para aprovação da proposta que aumenta as alíquotas do ICMS dos atuais 17% para 19,5% é uma possível queda de receita em função da reforma tributária. Para Mansueto, entretanto, a solução é, relativamente, simples: como a repartição de repasses entre os entes da federação ficou estabelecida com base na arrecadação dos próximos cinco anos. A solução é "voltar", colocando a base de arrecadação nos últimos quatro ou cinco anos. 

Apesar disso, reconheceu que os estados enfretam outro um problema fiscal em função da redução forçada do ICMS sobre combustíveis, telecomunicação e energia. "Em alguns estados, essa arrecadação é muito importante. Então eles estão tentando aumentar a alíquota modal para recuperar parte dessa receita que perdeu".

O ex-presidente Michel Temer (MDB), que também participou coletiva e foi um dos palestrantes do Seminário Família Previdência, sugeriu ainda uma mudança no cálculo de compensação para repartição entre os estados. Está previsto, na lei, um percentual de 24% a 28%. Deveria ser de 20% a 24%, sugeriu.

Apesar disso, em seu pronunciamento, o governador Eduardo Leite (PSDB), voltou a defender o aumento das alíquotas.


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