Marco Aurélio revela “inimizade capital” com Gilmar Mendes

Marco Aurélio revela “inimizade capital” com Gilmar Mendes

Ministro do STF acredita que duelaria com colega de corte se vivessem no século XVIII

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Marco Aurélio Mello e Gilmar Mendes são dois dos três ministros mais antigos do STF

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O clima não é dos melhores entre os ministros do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello e Gilmar Mendes. Dois dos três magistrados mais antigos da corte sequer se falam, segundo relatou Marco Aurélio, em entrevista aos jornalistas Juremir Machado da Silva e Taline Oppitz, no programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba, nesta quarta-feira.

“Há uma inimizade capital entre a minha pessoa e a pessoa do ministro Gilmar Mendes. Ou melhor, entre ele e a minha pessoa”, afirmou, quando questionado se a postura de Mendes em alguns processos mancha a imagem do STF. O ministro Marco Aurélio foi além, ao explicar sua desavença com Mendes: “É explícita, de não nos falarmos. Eu penso que ele passou em relação a mim de todos os limites imagináveis. Se estivéssemos no século XVIII teria havido inclusive duelo”, disse.

O ministro contou que cabe à opinião pública apurar as ações do colega: “Eu não sou censor do ministro Gilmar Mendes e ele evidentemente presta contas à sociedade e aos contribuintes”.

Marco Aurélio: delação de Joesley segue válida, mas perde força


Sobre o caso da JBS, Marco Aurélio defendeu que as provas continuem a ser válidas, porém reconheceu que há a necessidade de fatos mais concretos no inquérito. “A delação por si só não serve à condenação de quem quer que seja. Houve uma fragilização do que foi dito. Se terá que exigir outros elementos de prova, uma demonstração robusta da procedência de tudo que foi formado a partir da delação”, comentou.

Por conta da situação, os acordos devem ser revistos, opinou o ministro. “Eu penso que, a essa altura, o MP terá que rever o compromisso que assumiu, porque fatos novos surgiram”, apontou. “No tocante ao objeto da delação, esses fatos continuarão a surtir efeitos”, acrescentou. “A delação é, acima de tudo, um depoimento e não se coloca depoimento simplesmente na lixeira.”

Para ele, o governo Temer se mantém enfraquecido por conta da delação do executivo. “Quanto ao presidente, se tem uma fragilização muito grande e isso é péssimo em termos de condução de uma política governamental.”

“Supremo é a última trincheira da cidadania”


O ministro Marco Aurélio Mello ainda demonstrou alívio ao comentar sobre os novos áudios de Joesley Batista, no qual ministros do STF são citados. “Pelo que foi esclarecido não há nada contra integrante do Supremo. Se houvesse, seria o fim, pois o Supremo é a última trincheira da cidadania e a sociedade precisa continuar confiando no Supremo”, comentou.

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