Mendes desconversa sobre liminares que proíbem demissões em fundações: "Tem que ver se há descumprimento"

Desde que o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes permitiu que o governo do Rio Grande do Sul extinguisse as fundações do Estado, a 18ª Vara do Trabalho de Porto Alegre concedeu sete liminares proibindo as demissões dos servidores. "Precisamos ver se há descumprimento de minha decisão", ressaltou Mendes em entrevista no Palácio do Piratini, onde se encontrou com o governador José Ivo Sartori.  Ele disse ainda que "os caminhos da Justiça estão bem definidos e que nesse caso (das fundações) cabe reclamação ao Supremo".



O ministro do STF e também presidente do Tribunal Superior Eleitoral veio ao Rio Grande do Sul nesta segunda-feira para se reunir com o governador José Ivo Sartori. Mendes assinou acordo para acelerar o processo de biometria no Estado. "Hoje o Rio Grande do Sul não está avançando na questão da biometria, apenas 50% dos eleitores têm o cadastro. Acreditamos que com essa medida podemos avançar", disse Mendes. Para ele, o novo método garante maior segurança eleitoral. "Assim, a urna só se abre mediante a digital do eleitor", garantiu.

Gilmar Mendes se tornou o centro das críticas sobre a nova portaria do trabalho escravo ao afirmar que seu "trabalho era exaustivo, mas não escravo". No RS, ele defendeu sua possição, ao ressaltar que a portaria  evita "exageros" e unifica os critérios para qualificar o serviço. "Um fiscal diz que não tem lâmpada e que isso é trabalho escravo. Precisamos unificar as definições". 

Ele ainda comentou sobre o relatório da Polícia Federal revelando 43 chamadas entre ele e o senador Aécio Neves: "É um abuso de poder". "Converso com Aécio, Serra, com o presidente da Câmara, me reúno e faço jantares com parlamentares. E não tem nada de errado nisso", destacou.

Do Palácio Piratini, Gilmar Mendes seguiu para o Tribunal Regional Eleitoral, onde fará uma visita técnica e depois para a Arena do Grêmio. O ministro deve embarcar ainda hoje para Brasília.