"Mesmo com reformas, dispositivos na Constituição têm de ser reduzidos", diz Toffoli

"Mesmo com reformas, dispositivos na Constituição têm de ser reduzidos", diz Toffoli

Presidente do STF defendeu menor número de judicializações

AE

Toffoli afirmou que tem mantido diálogo com integrantes do alto escalão do governo

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O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, afirmou nesta terça-feira que o texto da Constituição tem de ser reduzido e não ampliado por causa das reformas da Previdência, Tributária e Fiscal no Brasil. "Se aumenta o número de dispositivos na Constituição, ampliamos a possibilidade de judicialização das questões. O que tenho defendido e, em diálogo com outros Poderes, com o presidente, com o ministro Paulo Guedes, Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre, Onyx Lorenzoni, é a necessidade de diminuir o texto da Constituição para diminuir a judicialização", destacou. A fala do ministro ocorreu durante evento da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), em Brasília.

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De acordo com Toffoli, apenas envolvendo o tema tributário há cerca de R$ 1 trilhão em litígios no STF como reflexo de um detalhamento elevado desta matéria na Constituição. O ministro defendeu a existência apenas de conceitos básicos, deixando para a legislação infraconstitucional delimitar cada problema. "O sistema poderia fluir mais rápido e ágil sem alta litigiosidade", disse ele. "A sociedade tem de acabar com a cultura da judicialização", reforçou.

Ainda que tenha defendido uma reflexão diante da alta litigiosidade, o presidente do STF atentou, contudo, para a importância de garantir os direitos dos indivíduos que, segundo ele, precisam ser mantidos na Constituição.

Toffoli disse, ainda, que não vê uma disputa entre os Poderes a despeito das dificuldades conjunturais existentes no País. "As dificuldades conjunturais não podem ser vistas como empecilhos e a ideia de que há uma crise e disputa entre os Poderes. Eu não vejo assim", destacou.

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Da parte do Supremo, conforme Toffoli, o relacionamento com outros Poderes é positivo, transparente e direto. "As dificuldades momentâneas são próprias da democracia. É o Estado democrático de direito", avaliou. As dificuldades aparecem, na visão do presidente do STF, quando "querem surgir o 4º e 5º poderes". "Pela força da Constituição somos três Poderes", destacou Toffoli, acrescentando a necessidade de o Judiciário ter autocontenção, conduta pela qual procura diminuir sua interferência nas ações de outros Poderes.


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