Ministério paralelo orientou Pazuello sobre crise de oxigênio em Manaus, aponta documento
Paulo Porto e Roberto Zeballos, que não são funcionários do Ministério da Saúde, fizeram sugestões ao então ministro da pasta
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A apresentação do TrateCov ficou a cargo da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, comandada pela médica Mayra Pinheiro, que já prestou depoimento à CPI da Covid-19. Além dessa ação, sua pasta também recrutou profissionais de saúde para auxiliar a crise em Manaus.
Documento mostra que, em 10 de janeiro, dois médicos, que não são funcionários do Ministério da Saúde, apresentaram ao ex-ministro Eduardo Pazuello proposta de enfrentamento à pandemia. São eles: Paulo Porto, especialista em neurocirurgia, neurologia e medicina de urgência, e Roberto Zeballos, clínico geral e imunologista.
Na ocasião, sugeriram ao então ministro da Saúde a atuação nas seguintes frentes: educação sanitária da população e/ou introdução de diagnóstico e tratamento precoce. “Foram feitas as seguintes sugestões: o diagnóstico precoce, por intermédio do escore proposto por Cadegiani; adoção de campanhas agressivas de marketing, reforçando a importância de medidas de distanciamento, higiene e uso de máscara; e adoção da quimioprofilaxia/bloqueio epidemiológico para a maior parte possível da população”, relata.
O aconselhamento de médicos que não ocupam cargos na pasta reforça a tese apontada por membros da CPI da Covid no Senado, de que há um ministério paralelo discutindo ações de enfrentamento à pandemia de Covid-19. Nomes como Carlos Wizard, Nise Yamaguchi, Osmar Terra, Arthur Weintraub e Carlos Bolsonaro são citados como componentes desse grupo coexistente.