Ministro Raul Araújo diverge de relator e vota contra inelegibilidade de Bolsonaro

Ministro Raul Araújo diverge de relator e vota contra inelegibilidade de Bolsonaro

Ação na Corte eleitoral apura a conduta do ex-presidente durante a reunião com embaixadores, ocorrida em julho de 2022

R7

publicidade

O ministro Raul Araújo, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), votou nesta quinta-feira contra tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível. O julgamento continua com o voto de outros ministros. A ação, que corre em sigilo na Corte, apura a conduta de Bolsonaro durante a reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada em julho do ano passado.

Na ocasião, o ex-presidente levantou suspeitas sobre as urnas eletrônicas, sem apresentar provas, e atacou o sistema eleitoral brasileiro. "Se a vinculação entre o evento abusivo e a eleição é um critério finalístico, é evidentemente possível que atos anteriores repercutam no pleito e inclusive que tenham este como razão de ser. Todavia, fatos e circunstâncias incontroversamente ocorridos em momentos posteriores das eleições não podem ter o condão de influenciar evento já ocorrido, o que é logicamente natural", disse.

O ministro foi pressionado a suspender a discussão com um pedido de vista, o que poderia adiar o processo por 30 ou até 60 dias. No voto, o ministro divergiu da inclusão da minuta de teor golpista encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres. “No caso dos autos, mesmo após diligente instrução conduzida pelo relator, inexiste qualquer elemento informativo capaz de sustentar, para além de ilações, a existência de relação entre a reunião e a minuta de decreto, a qual, apócrifa e sem origem e data determinada, persiste de autoria desconhecida, a concluir que não cabe qualquer juízo seguro de vinculação daquele achado com pleito presidencial de 2022", disse.

O ministro disse que votou a favor da inclusão do documento nos autos anteriormente para que fosse possível aprofundar a investigação se havia relação entre a minuta e o processo em curso. No entanto, concluiu que “não há nexo” entre os casos.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895