Moreira Franco afirma que população do Rio vai dar apoio a intervenção militar
Ministro, quando governador, chegou a prometer acabar com violência em seis meses
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"As pessoas do Rio de Janeiro estão engajadas em poder viver em paz. E essa iniciativa do governo é firme e corajosa. O que ela vai nos proporcionar é iniciar um processo que garanta o principal dos direitos humanos que é o direito à vida", relatou.
A intervenção militar no Rio de Janeiro foi determinada em decreto assinado na semana passada pelo presidente da República. O secretário de estado de Segurança Roberto Sá foi afastado e o general Walter Braga Netto, atual líder do Comando Militar do Leste (CML), foi nomeado interventor. A medida, que já recebeu a chancela da Câmara dos Deputados e do Senado, foi tomada após uma crescente onda de violência na cidade, inclusive no carnaval, ocasião em que o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, admitiu falhas no planejamento da segurança pública.
Moreira Franco comentou que mudou sua visão a respeito da capacidade do poder público em colocar fim à criminalidade em curto prazo. Quando foi eleito governador do Rio de Janeiro, em 1986, chegou a assumir o compromisso de acabar com a violência no estado em seis meses. "Eu tinha 42 anos de idade e acreditava que teríamos força para resolver com muita rapidez. E disse que acabaria com a violência em seis meses. Evidentemente foi um impulso na época, que me fez acreditar que, com a força do governo do estado, poderíamos solucionar a questão em um espaço de tempo tão curto. Mas eu descobri que não", reconheceu.
O ministro afirma estar mais maduro, mas continua acreditando na importância das ações do Estado na área da segurança pública. "A violência faz parte da natureza humana. Na história da humanidade nós temos permanentemente essa manifestação. Hoje, aos 73 anos de idade, muito mais maduro e experiente, continuo acreditando que nós temos que combater a violência e o crime organizado. Temos que mobilizar todos os nossos recursos para garantir o primeiro de todos os direitos humanos que é o direito à vida", acrescentou.