Moro defende mudar lei para levar à Justiça Comum crimes de caixa 2

Moro defende mudar lei para levar à Justiça Comum crimes de caixa 2

Em 14 de março, o STF decidiu que delitos devem ser enviados à Justiça Eleitoral

R7

Ministro da Justiça teve celular hackeado

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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, defendeu nesta terça-feira uma mudança na lei para levar à Justiça Comum casos de caixa 2 associados a outros crimes. Em 14 de março, o Supremo Tribunal Federal decidiu, por 6 votos a 5, que crimes eleitorais cometidos associados a outros crimes como corrupção e lavagem de dinheiro devem ser enviados à Justiça Eleitoral. “Quando o Supremo proferiu aquela decisão entendendo que as cortes eleitorais deveriam julgar tanto os crimes eleitorais como os crimes comuns, já tinha me manifestado antes, com todo o respeito, que não é a melhor decisão. Acho que as cortes eleitorais, embora façam um trabalho muito digno nas eleições, não estão muito preparadas para julgar esses casos. Mas a decisão do Supremo tem que ser respeitada”, afirmou em entrevista.

“Como foi uma interpretação legislativa, o que se pode fazer é tentar mudar via legislativa. No âmbito do projeto anticrime, nós temos um projeto que virou o PL (projeto de lei da Câmara complementar) 38/2019, que pode ser apreciado, e isso ser alterado”, completou.  Ainda sobre o caixa 2, Moro afirmou que o “remédio para isso (levar os casos para a Justiça comum) é a gente mudar a legislação”. Na tarde dessa segunda-feira, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, declarou que vai propor ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que juízes federais possam atuar em processos eleitorais.

Desentendimento com Rodrigo Maia

O ministro da Justiça também comentou sobre o desentendimento que teve na semana passada com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. “O episódio foi um pouco superdimensionado. Essas questões de rusgas são normais. Houve, de fato, isso, mas já conversamos e o projeto vai tramitar. O Rodrigo Maia é o presidente da Câmara e claro que cabe a ele definir a pauta”, afirmou. Ainda sobre o projeto de lei anticrime, Moro falou que espera pela Câmara. “É difícil estabelecer prazo”, declarou ele, que ainda disse que esperada que o projeto fosse avaliado o quanto antes, mas ponderou que é preciso ter “paciência” na política.


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