Mourão chama 8 de janeiro de 'baderna' e diz que 'punições são absurdas'

Mourão chama 8 de janeiro de 'baderna' e diz que 'punições são absurdas'

Senador participou de evento na Fiergs, em Porto Alegre, onde abordou ainda a reforma tributária

Felipe Nabinger

Senador Hamilton Mourão palestou para empresários na Fiergs

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Apesar de o tema da palestra a um grupo de empresários promovida pela Fiergs, em Porto Alegre, ser a reforma tributária, o senador Hamilton Mourão (Republicanos) deu ênfase a outros temas, como a sua proposta de anistia pelos atos de 8 de janeiro e da posição do Brasil frente aos conflitos no Oriente Médio. Para ele, o "revanchismo e a questão fiscal" são duas "bolas de ferro" que atrasam o governo federal. 

Sobre o projeto que apresentou para anistiar envolvidos nos atos de 8 de janeiro, com exceção daqueles que participaram de deterioração do patrimônio, o senador rechaça que houve tentativa de golpe, chamando o ato de "baderna". "As punições são absurdas. Senhoras levadas lá pela forma como pensam estão sendo tratadas dessa maneira. Essas pessoas, na minha visão, merecem ser anistiadas."

O senador criticou o relatório da CPI, da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que indiciou o ex-presidente Bolsonaro. "A relatora fez uma relação de membros do governo e sem prova os coloca como autores daquela baderna."

Reforma Tributária segue em deabte no Senado

Ele afirmou manter conversas com o senador Eduardo Braga (MDB-PA), relator da reforma no Senado Federal. Mourão acredita que, apesar da projeção ser a próxima semana, a entrega do relatório ficará para depois do feriado de 2 de novembro. Na visão do senador pelo RS, havia necessidade de apontar melhorias e "debulhar" a proposta com audiências públicas e debates.

"A PEC 45 vem sendo um trabalho de 20 anos do Bernard Appy (Secretário Extraordinário da Reforma Tributária), mas, na minha visão, a Câmara dos Deputados não entendeu o que estava sendo votado ali, com exceção de um pequeno grupo", disse Mourão.

O senador elogiou Braga, que para ele tem feito um trabalho "insano" frente a fortes pressões de diferentes setores da sociedade. Mourão também criticou o governo Lula, que chagou de "gastador" e, ao aumentar a dívida, seguirá com juros elevados. "Caso contrário, terá inflação elevada."

Mourão, que ocoupou o cargo de vice-presidente no governo de Jair Bolsonaro (PL) afirmou se "oposição ao governo, mas não ao Brasil", não vendo problemas em aprovar a reforma, desde que com correções. "Se o governo colocar as medidas corretas, terá o meu apoio." 

O presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, entregou carta com a visão da entidade sobre a reforma tributária, pedindo urgência nas alterações referentes aos impostos no país.

Anistia e Oriente Médio

Hamilton Mourão cobrou do governo brasileiro que condene com veemência as ações do Hamas, referindo-se ao conflito com Israel. Ele criticou o fato de o governo não considerar o Hamas um grupo terroristas com o argumento, para ele "pífio", de que a ONU assim não o considera. Para ele esse movimento "nos coloca no lado errado da história".  


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