Mourão defende mudanças no País por mais liberdade a empresários

Mourão defende mudanças no País por mais liberdade a empresários

Em Santa Cruz do Sul, vice-presidente defendeu adaptação à realidade econômica e criticou normas que preveem despesas públicas sem indicar arrecadação

Otto Tesche

Mourão observou que existe uma proposta de Reforma Tributária na Câmara, outra no Senado e uma terceira do ministro da Economia Paulo Guedes

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O vice-presidente da República, general Antônio Hamilton Martins Mourão, prevê para a próxima semana o início da discussão da Reforma Tributária no Congresso Nacional. Em reunião-almoço com a participação de 150 representantes de diversos segmentos em Santa Cruz do Sul, ele traçou um cenário sobre os desafios e perspectivas mundiais e para o Brasil. Destacou que o mundo está em mutação e, diante disso, defendeu a necessidade de adaptação do País à nova realidade econômica.

Mourão observou que existe uma proposta de Reforma Tributária na Câmara, outra no Senado e uma terceira do ministro da Economia Paulo Guedes. Ele afirmou que atualmente o Estado segue sendo um peso nas costas dos empresários. “É preciso liberdade para trabalhar, ter emprego e renda para a população”, disse. Conforme o vice, a crise no País começou com a Constituição de 1988, ao prever uma série de despesas públicas, mas sem indicar formas de arrecadação. Atualmente a dívida pública beira os 80% do PIB. “Nos Estados Unidos é de 200%, mas com a diferença de que lá há confiança no Estado”, disse. Frisou ainda que por meio da democracia liberal o Brasil encontrará solução para os seus problemas.

Ele lembrou a crise política no País e criticou a fragmentação partidária. Observou que 26 siglas têm hoje represetantes da Câmara dos Deputados. “Os partidos precisam representar o pensamento da sociedade, por isso precisamos fortalecer eles”, afirmou. Mourão disse que é favorável ao voto distrital, pois, além de ter custo menor, fortalece os partidos, com a indicação de candidatos que consideram em condições de exercer da melhor forma os mandatos. Apesar disso, destacou que o Congresso nunca foi tão livre em produzir o que a população quer. “Mas está com partidos representar o que a população quer.”

Além de mostrar um panorama dos problemas mundiais, Mourão destacou como principais desafios do Brasil a incompetência do Estado, a má gestão e a corrupção. Ressaltou que a missão do governo Bolsonaro é libertar a Pátria do jogo da corrupção. Outra preocupação do vice-presidente da República é a vulnerabilidade do País com a entrada de drogas. “O pior flagelo dos últimos 30 anos está nas nossas fronteiras, onde a droga entra para destruir nossa juventude ou passa por cima para abastecer os grandes mercados mundiais”, ressaltou. “Se não travarmos o mercado da cocaína, iremos perder duas ou três gerações”, acrescentou. Destacou as dificuldades de controle ao lembrar que o Brasil faz divisa com dez países, enquanto os Estados Unidos, por exemplo, com apenas dois.

Entre os problemas do País, Mourão ainda destacou a falta da presença mais efetiva do Estado nas favelas, com deficiências na estrutura de água, energia elétrica e rede de esgoto. Observou que nestas áreas domina o tráfico de drogas, pois os traficantes controlam a população e muitas vezes atender às suas necessidades básicas. O vice-presidente também criticou a ineficiência da estrutura logística no Brasil, com a destruição da malha ferroviára há algumas décadas, sobrecarregando as rodovias.


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