MP entra com ação contra Caixa e ONG por suspeita de fraude em financiamento

MP entra com ação contra Caixa e ONG por suspeita de fraude em financiamento

Organização não-governamental cobraria R$ 6,2 mil por casa a título de “reserva de terreno” em São Leopoldo

Stephany Sander

Fraude teria acontecido em programa de moradia de interesse social no bairro Boa Vista

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O Ministério Público Federal (MPF) em Novo Hamburgo, através do procurador da República Celso Tres, ajuizou ação de improbidade administrativa contra a gerência da Caixa Econômica Federal (CEF) em São Leopoldo e os gestores da ONG HIDI (Human Integration Development Institute - Associação de Desenvolvimento e Integração Humana) por suspeita de fraude em financiamento de habitação popular.

Conforme o MPF, Ministério das Cidades teria outorgado à HIDI, ONG sediada em São Paulo, a implementação do programa de moradia de interesse social denominado Habitafácil – Loteamento Colina, no bairro Boa Vista, no qual o governo subsidia o acesso da população de baixo poder aquisitivo à casa própria com prestação limitada a 10% da renda familiar. Dessa forma, a administração pública teria entregue ao ente privado a função de recrutar e, especialmente, escolher quem seriam as pessoas beneficiadas pelas cerca de 200 habitações.

Como parte da fraude, a ONG cobraria R$ 6,2 mil por casa a título de “reserva de terreno”, além do financiamento que cada usuário firmou com a Caixa, segundo apurado pelo MPF. Além disso, a ONG também cobraria da Prefeitura Municipal de São Leopoldo a infraestrutura e teria inclusive anunciado que construiria moradias para refugiados.

No total, teriam sido celebrados 125 contratos Construcard com desvio de finalidade, o que teria resultado em uma inadimplência de R$ 398.431,51, causando, assim, lesão ao patrimônio da Caixa Econômica Federal. Alguns imóveis sequer foram concluídos, permanecendo, ainda, muitos dos mutuários sem moradia.

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