MPF denuncia aliado de Alckmin e mais 13 por fraudes no Rodoanel

MPF denuncia aliado de Alckmin e mais 13 por fraudes no Rodoanel

Investigações da PF apontam desvios de R$ 480 milhões em obras

AE

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O Ministério Público Federal denunciou nesta sexta-feira, à Justiça Federal o ex-diretor-presidente da Dersa Laurence Casagrande Lourenço - preso desde junho - sob acusação de desvios nas obras do trecho norte do Rodoanel. Além de Laurence, que foi secretário de Logística e Transportes de Geraldo Alckmin (PSDB), outros 13 investigados são acusados por crimes de fraude à licitação, falsidade ideológica e organização criminosa.

O Ministério Público requereu que seja aberto um inquérito em separado para apurar corrupção e crimes financeiros. As obras do Rodoanel foram divididas em seis lotes. A construção teve início em 2013 e está em andamento. A acusação da Procuradoria da República mira em fraudes nos lotes 1, 2 e 3 da construção. A Lava Jato em São Paulo pediu a manutenção das investigações dos lotes 4 e 5.

Laurence foi preso na Operação Pedra no Caminho, em 21 de junho. Na ocasião, também foi detido o então diretor da Dersa, Pedro da Silva. Os dois foram indiciados nesta semana pela Polícia Federal. Inicialmente, a Pedra no Caminho havia calculado prejuízos de R$ 600 milhões. A denúncia aponta que acréscimos indevidos causaram impacto financeiro de R$ 480 milhões, que correspondem ao superfaturamento por meio da manipulação proposital nos contratos. Ainda segundo a acusação, Laurence elevou "arbitrariamente" valores da obra e ajustou planilhas de preços "sem justificativa".

Investigação do Tribunal de Contas da União e do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União identificou superfaturamento por meio da celebração de aditivos contratuais desnecessários. O criminalista Eduardo Carnelós, defensor de Laurence, afirmou que "nem PF nem Ministério Público Federal pretenderam apurar os fatos, mas construir uma tese acusatória a partir de premissas falsas. A defesa de Pedro da Silva não respondeu ao Estado. A Dersa informou que, se houver prejuízo ao erário, "o Estado adotará medidas cabíveis". Alckmin disse, em nota, esperar que, "respeitado o amplo direito de defesa, Justiça seja feita".

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