MPF solicita que governo comprove que dados do INPE sobre desmatamento são falsos

MPF solicita que governo comprove que dados do INPE sobre desmatamento são falsos

Órgão deu 10 dias para que Ministérios do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia apresentem suas respostas

Correio do Povo

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O Ministério Público Federal enviou nesta sexta-feira aos Ministérios do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia e à nova direção do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ofícios nos quais questiona se as entidades têm de fato informações que possam colocar em dúvida a fidedignidade dos dados apresentados pelos sistemas de monitoramento do desmatamento no Brasil. O  pedido de informações que comprovem que o números do INPE não são fieis foi assinados pelo coordenador do Grupo de Trabalho de Mudanças Climáticas da 4ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, procurador da República Luís Eduardo Marrocos de Araújo. O órgão deu 10 dias para que o governo apresente a resposta.

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Marrocos fez os questionamentos com o objetivo de instruir procedimento do Ministério Público Federal sobre mudanças climáticas, instaurado pela 4ª Câmara. O objetivo do procedimento é saber o que o governo está fazendo para cumprir a Lei de Política Nacional sobre Mudança do Clima, de 2009, o Acordo de Paris, ratificado pelo poder executivo em 2017, e, em especial, o compromisso do Brasil com as Nações Unidas sobre Mudança do Clima, assinado em setembro de 2015. O País fixou suas metas para emissão de gases do efeito estufa para os próximos anos: redução em 37% abaixo dos níveis de 2005, em 2025, e de 43% abaixo dos níveis de 2005, em 2030.

Nos ofícios enviados, o MPF solicita que sejam descritos, caso realmente existam, os fatos que teriam provocado falhas no sistema de monitoramento de desmatamento na Amazônia. Eles devem indicar o período em que ocorreram, o alcance das distorções provocadas, bem como as medidas que estão sendo ou que serão adotadas para a correção das supostas distorções do sistema. Caso o governo não tenha elementos para provar que os dados do Inpe não são confiáveis, o procurador pede que as pastas e o Inpe justifiquem sua resposta.

“O Brasil tem o compromisso constitucional, legal e perante a comunidade internacional de preservar a Amazônia, dado o papel crucial da floresta na manutenção do clima mundial e regional. As presentes e futuras gerações têm o direito de viver de forma sadia em um meio livre de alterações climáticas. Para assegurar a preservação da Amazônia e de outros biomas, é essencial o fornecimento de informações precisas, claras e suficientes sobre a sua gestão e conservação”, escreveu o Marrocos.

O procurador continua: “Daí a necessidade de que as informações sobre desmatamento sejam continuamente prestadas de forma técnica, científica e livre de ingerências decorrentes de interesses políticos ou econômicos. É esse o objetivo do MPF ao solicitar esclarecimentos acerca dos dados que vem sendo apresentados a público pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais sobre o desmatamento e queimadas na Amazônia”. Além dos ministérios mencionados foram questionados sobre a atuação do Governo Federal a respeito das mudanças climáticas, O Ministério das Minas e Energia e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.


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