MPF vê semelhança entre esquemas de Witzel e Cabral: "Túnel do tempo"

MPF vê semelhança entre esquemas de Witzel e Cabral: "Túnel do tempo"

Procurador afirmou que esquema de corrupção na Saúde do Rio é semelhante ao do ex-governador Sérgio Cabral

R7

Governador do Rio de Janeiro está afastado do cargo

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Em coletiva realizada nesta sexta-feira, o procurador geral da República Eduardo El Hage afirmou que o esquema de corrupção na Saúde do Estado do Rio de Janeiro é semelhante ao utilizado pelo ex-governador Sérgio Cabral condenado a mais de 294 anos de prisão. “Nos vimos num túnel do tempo”, disse El Hage.

De acordo com o procurador, a operação Tris in Idem, deflagrada hoje, é um desdobramento das operações Favorito e Placebo. As investigações apontam que o esquema de corrupção fazia uso de organizações sociais para pagamento de propina e envolvia a utilização de escritórios de advocacia, uso de transportadora de valores e contava até com doleiros no Uruguai.

“O esquema de lavagem de dinheiro era muito semelhante ao utilizado pelo governo Cabral”, afirmou. Entretanto, o esquema foi contestado pelo governador afastado, que disse em pronunciamento nesta manhã que não pode ser comparado com Cabral, já que diz não ter cometido nenhum ato ilícito. "Qual foi o 5% que pedi? Qual foi a taxa de oxigênio que pedi?" Witzel questiona afastamento e ataca delação de ex-secretário

Os investigadores identificaram uma série de e-mails suspeitos entre o escritório da primeira dama, Helena Witzel, e alguns citados em delação premiada do ex-secretário de saúde, Edmar Santos. Entre eles, havia contratos firmados com Mário Peixoto e serviços pagos, mas que nunca existiram. Supremo Tribunal de Justiça (STJ) julgará afastamento de Wilson Witzel na próxima quarta.

A investigação levantou ainda que quatro empresas, sendo três de Mário Peixoto, fizeram pagamentos ao escritório de Helena Witzel. Ela também teria firmado contratos de fachada com consultor financeiro do governador, Gotardo Lopes Neto.

Rio teve 5 ex-governadores presos

Todos os governadores eleitos diretamente no Rio desde a reta final da ditadura ainda vivos enfrentaram ou enfrentam processos na Justiça - a maioria já passou pela cadeia e um deles, Sérgio Cabral Filho, cumpre penas que, somadas, passam de 300 anos. Cinco ex-governador já foram presos: Cabral, Garotinho, Rosinha, Pezão e Moreira.

Só Leonel Brizola (PDT, 1983-1987 e 1991-1994) e Marcello Alencar (PSDB, 1995-1998), já mortos, não integram a lista. Outros três, Nilo Batista (PDT, 1994), Benedita da Silva (PT, 2002) e Francisco Dornelles (PP, 2018), também estão fora da relação, mas não foram eleitos para o posto. Assumiram no lugar dos titulares Brizola, Anthony Garotinho e Luiz Fernando Pezão, respectivamente.


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