MPRS reabre denúncia contra Bobadra por violência política de gênero

MPRS reabre denúncia contra Bobadra por violência política de gênero

Decisão ocorre após adição de novas provas no processo movido pela deputada Bruna Rodrigues

Correio do Povo

Bobadra teve confirmação da cassação do mandato em agosto

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O Ministério Público do Rio Grande do Sul apresentou denúncia contra o vereador cassado Alexandre Bobadra (PL) pelo crime de violência política de gênero. A acusação decorre após o pedido da agora deputada, Bruna Rodrigues (PCdoB), de desarquivamento do inquérito policial que havia indiciado o ex-parlamentar pelo crime em março de 2022. A medida se deu com base em uma nova acusão realizada pela defesa de Bruna que alega que o ex-vereador, agora cassado, teria cometido novamente violência política de gênero contra a parlamentar.

Na ocasião, em agosto de 2022,  Bobrada se referiu a Bruna, à época sua colega na Câmara de Porto Alegre, "de forma constrangedora, em frente aos demais presentes no plenário, gritando para esta que “dia cinco esta iria pagar uma sexta básica”, pois haveria uma “audiência em que este era vítima”, bradando, por mais de uma vez, que esta teria sido “denunciada pelo Ministério Público”, diz o documento. 

O processo inicial, que havia sido arquivado pelo MPRS, tinha como base a ocasião em que Bobrada afirmou que Bruna tinha "tesão nele" após ambos discutirem. Logo, o pedido de desarquivamento foi justificado pela defesa da deputada por alegar que os constrangimentos não cessaram.  Agora, cabe ao Judiciário analisar a denúncia.

Na decisão da promotora eleitoral Josiene Menezes Paim, ela afirma que Bobadra "constrangeu e humilhou, por meio de palavras e gestos, a Bruna (...), utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher, praticando atos de violência de gênero, com a finalidade de dificultar o desempenho de seu mandato eletivo". O documento também retoma os fatos ocorridos na primeira denúncia para embasar a decisão.
 
A deputada afirma que reabertura do processo foi necessária para barrar mais crimes do tipo. “É essencial que casos assim não fiquem impunes. A gente não pode naturalizar que sejamos constantemente sexualizadas, diminuídas e violentadas das mais diversas formas pelo fato de sermos mulheres, porque essa violência tenta nos afastar desse espaço que lutamos para ocupar", disse.
 
O ex-vereador alegou "não saber nada sobre o assunto" e que "sempre evitou qualquer tipo de contato" com a parlamentar. 

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