"Não devo pagar pelos erros de ninguém", afirma Flordelis

"Não devo pagar pelos erros de ninguém", afirma Flordelis

Câmara dos Deputados analisa nesta quarta a cassação ou não do mandato da parlamentar do PSD-RJ

R7

Sessão da Câmara vota sobre a cassação do mandato da deputada Flordelis

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Na sessão da Câmara dos Deputados que votará sobre a cassação ou não de seu mandato, a deputada federal Flordelis (PSD-RJ) negou a acusação, afirmou ser inocente, que será absolvida no júri popular e que "não deve pagar pelos erros de ninguém". Em declaração ao plenário, Flordelis pediu que lhe dessem o direito de defesa, além de que fosse julgada pelos brasileiros que votaram nela em 2018, quando assumiu o mandato. “Permita que eu seja julgada e retirada daqui pelo mesmo povo”, disse. 

A parlamentar contou que não foi ouvida pela maioria dos deputados, inclusive pelo presidente Arthur Lira (PP-AL). “O próprio presidente desta Casa, eleito dizendo que daria voz a todos nós, não me ouviu. Não por falta de tentativa, porque eu tentei, mas talvez por causa da pandemia”. 

Flordelis afirmou que, caso o plenário aprove a cassação, sairá de cabeça erguida. “Porque eu sei que sou inocente e todos saberão que eu sou inocente. A minha inocência será provada”, garantiu. "Quando o tribunal do júri me absolver, porque eu serei absolvida, vocês irão colocar a cabeça no travesseiro e se arrepender, por condenar alguém que ainda não foi julgada”, acrescentou. 

A deputada do PSD-RJ ainda falou sobre sua família – ela tem 55 filhos, muitos adotivos. "A minha família está sendo julgada. Teve filhos meus que erraram, mas não foram todos. Mas toda minha família está sendo criminalizada. Eu não posso e não devo pagar pelos erros de ninguém. A Flordelis que está aqui está destruída. Eu não tinha condições para estar aqui, mas eu vim, por respeito a esta Casa.” 

A Câmara analisa nesta quarta-feira a perda de mandato de Flordelis - são necessários 257 votos, a maioria absoluta, para a cassação de um parlamentar. O processo foi aberto pelo Conselho de Ética em 23 de fevereiro. Em 8 de junho, o grupo decidiu pela cassação do mandato. Na ocasião, foram 16 votos a 1 - o único deputado que votou a favor foi Márcio Labre (PSL-RJ). 

Flordelis foi denunciada como a mandante da morte do ex-marido, ocorrida em junho de 2019, pelo Ministério Público do Rio de Janeiro em 24 de agosto de 2020. A juíza do 3º Tribunal do Júri de Niterói Nearis dos Santos Carvalho Arce decidiu levar a júri popular o caso.


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