"Não fica em pé por dois anos", diz deputado do PT sobre projeto para IPE Saúde
Deputados petistas foram recebidos na Casa Civil e contestaram o primeiro desenho da proposta do governo
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Deputados da bancada da federação do PT, que inicialmente havia ficado fora do ciclo de encontros com a Casa Civil sobre o IPE Saúde, foram recebidos na manhã desta quinta-feira pelo secretário Artur Lemos e o diretor presidente do instituto, Bruno Jatene, aproveitando que a projeção para a entrega do texto na Assembleia tenha ficado para depois do dia 15, quando o governador Eduardo Leite retorna de viagem a Nova Iorque.
Líder em exercício, enquanto Luiz Fernando Mainardi está em viagem a Cuba, o deputado estadual Miguel Rossetto, acompanhado por Pepe Vargas, Stela Farias e Laura Sito, representaram a bancada que, por conta da federação, integrada também pelo PCdoB, tem um total de 12 deputados, sendo a maior da Assembleia Legislativa.
Um pleito dos deputados da oposição é quanto ao reajuste dos salários dos servidores alinhados à inflação. "Sem reajuste de salários e, consequentemente, de contribuições, esse plano não fica em pé dois anos por conta do custo de manutenção", disse Rossetto, após a reunião.
Alegando não haver ganho real há oito anos, os deputados creditam a esse arrocho, nos governos de Sartori, Leite e Ranolfo, a crise do IPE Saúde, pois impacta na contribuição dos servidores ao plano. A bancada defende ser necessário um reajuste de 32%, mas, em oito anos, a maioria das categorias teve apenas 6% de recomposição, frente a uma inflação de 61%.
Proposta fere princípios
No encontro, os deputados externaram que a proposta inicial do Executivo fere com os princípios da paridade e da solidariedade. "Não encontramos na proposta essas duas diretrizes", afirmou Rossetto. Para os petistas, não há paridade na tabela de mensalidade para os dependentes, enquanto a solidariedade pela tabela de referência basear-se por faixa etária, penalizando os servidores de menor remuneração e os servidores e dependentes de mais idade.
Para o deputado Rosseto, o primeiro desenho do plano é "insuportável" para o servidor. "Vamos aguardar o texto do projeto para ter uma opinião definitiva", disse. As outras 13 bancadas do Legislativo já haviam participado do ciclo de encontros com o governo.