"Não sei qual decisão presidente vai tomar", diz Vitor Hugo sobre Bolsonaro e PSL

"Não sei qual decisão presidente vai tomar", diz Vitor Hugo sobre Bolsonaro e PSL

Líder do governo na Câmara afirmou que faz parte do grupo de parlamentares que querem manter vínculo com presidente

AE

Vitor Hugo declarou que PSL "teria muito provavelmente acabado" sem Bolsonaro

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O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-SP), avalia que a entrega de documentos com a prestação de contas do partido nos próximos dias será decisiva para saber o futuro do presidente Jair Bolsonaro e seus aliados na sigla. Vitor Hugo admite o racha na legenda e reforça que o PSL "teria muito provavelmente acabado" sem Bolsonaro. Em meio às tensões entre os correligionários, o parlamentar esteve reunido com o presidente no Palácio do Planalto na manhã desta segunda-feira.

Ao conversar com jornalistas, Vitor Hugo falou que há uma parte do PSL, da qual faz parte, que quer manter o vínculo com o presidente da República. Segundo ele, integrantes da outra ala do partido ainda podem "aderir" ao movimento que pede acesso aos documentos. Novas conversas devem acontecer ao longo de toda a semana.

"O mais importante para quem está desse lado é a manutenção do vínculo e da lealdade com o presidente. O partido, o PSL, é um partido que teria muito provavelmente acabado se não tivesse dado a legenda para o presidente, por causa da cláusula de legenda que foi imposta pela lei. O presidente teve 57 milhões de votos. Havia outros partidos à época que haviam sinalizado para que o presidente pudesse ir para eles. Assim como hoje, alguns partidos já começaram também a sinalizar para uma possível ida do presidente para esses partidos", disse o líder do governo após reunião com Bolsonaro.

Vitor Hugo ponderou que não sabe qual será a decisão do presidente e que a "equação ainda está muito complexa" para saber como os parlamentares irão agir. Ele destacou que abrir mão do fundo partidário é uma hipótese que está na mesa, mas que só poderá haver uma avaliação mais completa após a resposta sobre a liberação ou não da prestação de conta. "É uma solução (abrir mão do fundo). Mas não consigo avaliar o impacto ainda. Tem que ser algo discutido na coletividade de quem está apoiando a iniciativa, e vai ter que ser refletido com relação aos riscos para a próxima eleição", declarou.

O líder do governo minimizou a crise e disse que a tensão no PSL é "natural". "É uma tensão natural de um partido que aumentou o seu número (de membros) vertiginosamente, também fruto das pressões naturais que um partido que é governo sofre no início de toda legislatura. No PSL, a nossa torcida é para que a gente consiga o mais rápido possível superar essas tensões para, com transparência, o partido continue sendo mais do que a pedra angular do governo, que seja governo. É uma frase que o general Ramos, Luiz Eduardo (ministro da Secretaria de Governo), tem dito várias vezes, a ideia de que o PSL não é só a pedra angular do governo, da base do governo, por ser o partido do presidente é o próprio governo. Quanto mais unidos e mais transparentes formos, maior legitimidade vamos ter para atrair os partidos em torno de nós", afirmou.

Questionado se após as tensões entre Bolsonaro e o presidente do partido, Luciano Bivar, ainda é possível buscar essa união, ele respondeu que sim. "Na política, tenho aprendido, tudo é uma construção. A gente não sabe quais vão ser os próximos passos. Esperamos que o partido efetivamente entregue os pedidos que foram feitos a partir da petição que foi assinada, do requerimento que foi apresentado, para que próximos passos possam ser planejados", disse. "Vamos ter que fazer nosso cálculo político para saber a melhor maneira de sair sem colocar os mandatos individuais em risco", afirmou sobre a permanência ou não dos parlamentares na sigla neste momento.


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