"Não vai ser um governo gastador", diz Alckmin sobre teto de gastos

"Não vai ser um governo gastador", diz Alckmin sobre teto de gastos

Mercado reagiu negativamente após presidente eleito criticar regra do teto de gastos e questionar a reforma trabalhista

R7

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Após a reação negativa do mercado diante da possibilidade de o governo eleito furar a regra do teto de gastos, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), defendeu nesta quarta-feira que o governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não será "gastador".

“O presidente Lula, se pegar os dois mandatos (à frente do Palácio do Planalto), teve a marca da responsabilidade fiscal. Não vai ser um governo gastador, mas precisa ter o mínimo para, de um lado, garantir proteção social, ainda mais nesse momento de crise socioeconômica, e, de outro lado, o funcionamento do Estado”, afirmou Alckmin.

“Não pode parar obra. Não há nada mais caro do que obra parada. E também ter o mínimo para investimento, porque vai ser importante na retomada do crescimento econômico. A questão da ancoragem (fiscal) vai ser debatida com mais calma. Não é nesse momento”, completou.

Na última semana, o mercado reagiu negativamente após Lula questionar a reforma trabalhista e criticar o teto de gastos. No dia da declaração do petista, na última quinta-feira, houve um salto de 4,09% do dólar. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, desabou mais de 4%.

PEC da Transição

A expectativa da equipe é que o texto da PEC da Transição seja apresentado ainda nesta quarta-feira. A matéria prevê alterações, como a retirada do Auxílio Brasil, que voltará a se chamar Bolsa Família, do teto de gastos, o que deverá abrir espaço de R$ 105 bilhões para outras despesas.

O texto servirá, ainda, para que Lula banque promessas feitas durante a campanha eleitoral, como a correção do salário mínimo acima da inflação e a recomposição de recursos para programas, como Farmácia Popular.

O vice-presidente eleito destacou que a matéria deverá ser bem recebida pelos parlamentares e que nenhum partido político se opõe a ideia. Os gastos, porém, devem causar aumento da dívida pública. “A PEC trata do Bolsa Família, que ambos os candidatos (à Presidência da República) defenderam durante a campanha eleitoral. Não conheço nenhum partido que tenha se colocado contra. O que vai acontecer agora é o detalhamento e o encaminhamento para o Congresso Nacional. Eu acho que vai ser bem recebida”, informou.


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