“Nós ficamos reféns da energia elétrica”, disse diretor do Dmae em CPI da CEEE Equatorial

“Nós ficamos reféns da energia elétrica”, disse diretor do Dmae em CPI da CEEE Equatorial

Maurício Loss, diretor-geral do departamento de água e esgoto, e Coronel Evaldo Rodrigues Júnior, diretor-geral da Defesa Civil, foram ouvidos nesta quinta-feira na Câmara de Porto Alegre

Rafael Renkovski

Diretor-geral do Dmae, Maurício Loss foi interrogado na CPI da CEEE Equatorial

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Na manhã desta quinta-feira, o diretor-geral do Dmae, Maurício Loss, e o diretor-geral da Defesa Civil de Porto Alegre, Coronel Evaldo Rodrigues Júnior, foram ouvidos na CPI da CEEE Equatorial, na Câmara da Capital. Os representantes das organizações teceram críticas à concessionária de energia elétrica, principalmente por falhas na comunicação e por atrasos em serviços.

Loss, que dirige o Dmae desde janeiro do ano passado, disse que, desde que assumiu a autarquia, há reclamações de perfurações da rede de água devido à instalação de postes e que a CEEE Equatorial não costuma avisar antes da ação, dificultando a solução do problema. Além disso, as principais contestações foram sobre a falta de energia que prejudicou o serviço de abastecimento de água. “Cinco das seis estações de tratamento de água ficaram paradas por falta de energia”, afirmou. Mensurando as perdas, Loss estipulou que, parando todas as estações de tratamento, o prejuízo é R$ 76 mil por hora, cerca de R$ 500 mil por turno. “Nós ficamos reféns da energia elétrica”, disse.

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Alguns parlamentares apresentaram críticas ao Dmae. Giovani Culau (PCdoB) relembrou que a autarquia chegou a ter dois mil servidores, mas conta atualmente com pouco mais de mil, questionando se é necessária a ampliação de pessoal. O diretor falou que um concurso já está aprovado pelo prefeito para nomeação de novos servidores, que deve ser lançado ainda no primeiro semestre.

Ainda, Adeli Sell (PT) perguntou o motivo de, pelo menos um gerador, não ter sido comprado, para que não faltasse água na ocasião do temporal. O convidado disse que pela potência de energia que o Dmae utiliza não seria suficiente um gerador. “Locar geradores por R$ 2 milhões por 90 dias, sendo que comprar os mesmos custaria em torno de R$ 5 ou R$ 6 milhões, nós achamos caro e que seríamos responsabilizados, e eu decidi, agi dessa forma, e levei ao prefeito.”

Evaldo Rodrigues Júnior, da Defesa Civil, também foi um dos depoentes da CPI | Paulo Ronaldo Costa / CMPA / CP

O diretor da Defesa Civil contou que foi emitido um alerta no domingo anterior ao temporal e reiterado na segunda-feira e que o prefeito Sebastião Melo (MDB) convocou uma reunião do gabinete de crise, mas a CEEE Equatorial só compareceu quando o evento climático já havia ocorrido. “Nós levamos muitos dias para restabelecer o fornecimento de energia. E quando retorna, ele, às vezes, não é um serviço perene, permanente e seguro”, apontou. Ele salientou também que a demora no retorno de energia prejudicou os serviços desempenhados pela Defesa Civil.

“Nós notificamos tanto os órgãos parceiros, quanto a população em geral”, disse Rodrigues. O diretor ponderou que cada órgão tem o seu protocolo e o seu tempo para executar o serviço, mas que é interessante a integração desses protocolos. “A demanda era maior do que a capacidade de resposta da CEEE. Não tinham equipes suficientes para os primeiros atendimentos, embora todos os alertas que foram emitidos”, demandando inclusive o remanejo de equipes da empresa para virem atender as demandas de Porto Alegre, pontuou.


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