Na FAO, Tereza Cristina defende fim do protecionismo de países desenvolvidos

Na FAO, Tereza Cristina defende fim do protecionismo de países desenvolvidos

Ministra também advogou pela adoção de princípios científicos na regulação do comércio internacional de alimentos

AE

Ministra se encontrou com Qu Dongyu, eleito diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura no domingo

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A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, defendeu o fim do protecionismo dos países desenvolvidos e a adoção de princípios científicos na regulação do comércio internacional de alimentos em discurso na 41ª Conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), na madrugada desta segunda-feira, em Roma, na Itália. Segundo nota distribuída por sua assessoria, essas medidas são mais que necessárias para que nações pobres possam desenvolver seus setores agrícolas e o comércio mundial seja justo e livre para todos.

• Qu Dongyu é eleito diretor-geral da FAO

"Com o atual sistema baseado em regras sendo continuamente testado pelo poder daqueles Estados nacionais aderentes a um populismo regulatório, o Brasil está absolutamente convencido da necessidade de preservar o princípio científico na regulação do comércio internacional de insumos e alimentos. Um sistema global regulado apenas em benefício de alguns países ricos não é do interesse dos produtores e consumidores de alimentos em todo o mundo - e também não é do interesse do Brasil', disse a ministra.

A ministra destacou que o protecionismo em países desenvolvidos ameaça o aumento da produção de alimentos nas nações em desenvolvimento, que ficam competindo com produtos subsidiados. "Um comércio agrícola de fato livre e justo permitiria, sem dúvida, a disseminação de melhoria das condições no campo, onde está concentrada a maior parte da pobreza no mundo. Desencadearia, ademais, um ciclo.

Tereza Cristina enfatizou o papel dos agricultores familiares na erradicação da fome global até 2030, meta das Nações Unidas. A ministra citou que, no Brasil, há 5,1 milhões de propriedades familiares rurais, responsáveis pela renda de 40% da população economicamente ativa e pela maioria dos alimentos consumidos no país. "Esse modelo de sucesso é passível de ser replicado em outros países, sobretudo naqueles de menor desenvolvimento relativo. Para tanto, é crucial considerar agricultura e segurança alimentar conjuntamente às questões de comércio agrícola."


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